Combates na Líbia deixam 174 mortos e 758 feridos em 2 semanas
![16.abr.2019 - Manifestantes líbios seguram cartazes contra o que chamam de intervenção estrangeira na Líbia, durante um protesto em frente ao município de Trípoli - Mahmud Turkia/AFP](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/47/2019/04/16/16abr2019---manifestantes-libios-seguram-cartazes-contra-o-que-chamam-de-intervencao-estrangeira-na-libia-durante-um-protesto-em-frente-ao-municipio-de-tripoli-1555429084747_v2_900x506.jpg)
Pelo menos 174 pessoas morreram e 758 ficaram feridas nos combates que ocorrem há duas semanas pelo controle de Trípoli, a capital da Líbia, entre o governo imposto pela ONU na cidade e as tropas lideradas pelo marechal Khalifa Hafter, o homem forte do país.
Um total de 14 mortos e 36 feridos são civis, detalhou o porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tariq Jasarevic, que acrescentou que a instituição multiplicou seus efetivos no país.
"A OMS mobilizou uma equipe cirúrgica adicional para auxiliar os hospitais no atendimento dos feridos", explicou Jasarevic.
As batalhas explodiram em 4 de abril, data na qual o marechal Hafter ordenou a conquista de Trípoli apesar da presença do secretário-geral da ONU, António Guterres, na cidade, em uma clara mensagem à comunidade internacional.
Desde então, os combates - que provocaram o deslocamento de mais de 8 mil pessoas - ocorrem diariamente em torno do antigo aeroporto internacional de Trípoli, um local de alto valor estratégico para a conquista da cidade.
O aeroporto, em desuso há anos, está desde o fim de semana em poder das forças orientais de Hafter, que tentam avançar pelo eixo meridional a partir da cidade de Tarhouna, cerca de 60 quilômetros ao sul de Trípoli.
Nos enfrentamentos, que afetaram o precário fornecimento de energia elétrica na capital, também participam milícias procedentes da cidade-Estado vizinha de Misrata, principal porto comercial da Líbia, enviadas em auxílio ao governo chancelado pela ONU em 2016 após seu plano de paz fracassado.
A batalha pelo controle de Trípoli, que se resultar vitoriosa para o marechal Hafter lhe concederia praticamente o controle do país, revelou a complexa rede de interferências estrangeiras na Líbia desde a revolução que acabou com a ditadura de Muammar Kadafi em 2011.
Em particular, as ingerências de França, simpática ao marechal Hafter, e Itália, principal apoio político do governo imposto pela ONU e um dos parceiros militares da cidade-Estado de Misrata, onde possui tropas mobilizadas.
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