Caso Odebrecht coloca últimos 4 ex-presidentes do Peru na mira da Justiça
Lima, 17 abr (EFE).- Os quatro últimos ex-presidentes do Peru, que estiveram no poder entre 2001 e 2018, estão na mira da Justiça desde dezembro de 2016, quando o escândalo de corrupção envolvendo a construtora Odebrecht no país sul-americano veio à tona.
A consequência mais dramática do caso foi, no entanto, a trágica morte do ex-presidente Alan García (1985-1990 e 2006-2011), que se suicidou com um tiro na cabeça nesta quarta-feira pouco antes de ser preso pela Polícia Nacional do Peru, acusado de lavagem de dinheiro.
As investigações também complicaram o estado de saúde de Pedro Pablo Kuczysnki (2016-2018), de 80 anos, preso provisoriamente por dez dias enquanto é investigado. O último ex-presidente do país, que renunciou ao poder em março do ano passado, foi internado na UTI de um hospital de Lima devido a um problema cardíaco, agravado após a visita de seu irmão à sede da Polícia Nacional, onde ele está detido.
Veja quais são as denúncias que fizeram os ex-presidentes peruanos serem investigados no caso Odebrecht.
1.- ALEJANDRO TOLEDO (2001-2006).
Toledo é acusado pelos crimes de colusão, tráfico de influência e lavagem de dinheiro por ter recebido US$ 20 milhões da Odebrecht para favorecer a construtora brasileira na licitação de vários trechos da Estrada Interoceânica do Sul.
O líder do partido Peru Possível permanece nos Estados Unidos, aguardando que o pedido de extradição feito pelo governo peruano seja analisado pela Casa Branca. No Peru, a Justiça já decretou a prisão preventiva de Toledo por 18 meses.
2.- ALAN GARCÍA (1985-1990 e 2006-2011).
García era investigado pelos crimes de colusão e lavagem de dinheiro devido às propinas pagas pela Odebrecht a funcionários do governo em seu segundo mandato para a construção da linha 1 do metrô de Lima. A Justiça decretou que ele fosse impedido de sair do país por 18 meses, e García pediu asilo político ao Uruguai, que negou a solicitação.
Ao longo da investigação, os promotores encontraram diversos indícios contra García, como a presença da sigla "AG" em uma agenda do empresário Marcelo Odebrecht, além do pagamento de US$ 100 mil feito pela construtora para que ele fizesse uma palestra em São Paulo em 2012.
Os promotores também acreditam que García usou dois testas de ferro para receber cerca de US$ 5 milhões da empresa brasileira. Seriam eles Luis Navas, ex-secretário da Presidência, e Miguel Atala, ex-diretor da estatal Petroperú.
3.- OLLANTA HUMALA (2011-2016).
Humala e a sua esposa Nadine Herédia são investigados por lavagem de dinheiro por terem recebido US$ 3 milhões da Odebrecht para o financiamento da campanha do político para as eleições presidenciais de 2011 sem que o dinheiro fosse declarado às autoridades fiscais.
Os fundadores e líderes do Partido Nacionalista Peruano (PNP) passaram quase dez meses em prisão preventiva. O Tribunal Constitucional decidiu que a prisão era um excesso por não haver uma acusação formal contra os dois, que acabaram libertados.
Humala também não está proibido de deixar o país.
4.- PEDRO PABLO KUCZYNSKI (2016-2018).
Kuczynski também é investigado por lavagem de dinheiro. A acusação envolve a empresa de consultoria Westfield Capital, que pertence ao ex-presidente e tem sede nos Estados Unidos, e que recebeu da Odebrecht US$ 782 mil entre 2004 e 2007, quando ele era ministro do governo do ex-presidente Alejandro Toledo.
Também conhecido pela sigla PPK, Kuczynski está proibido de sair do país. O Ministério Público pediu ontem uma prisão preventiva de seis anos e oito meses para o ex-presidente, que renunciou ao poder em março de 2018, acusado de comprar votos de parlamentares para evitar um processo de impeachment no Congresso. EFE
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