ONU condena ataque a imigrantes na Líbia e vê possível crime de guerra
Agências e representantes da ONU, entre eles a alta comissária da organização para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, condenaram nesta quarta-feira o ataque a um centro de detenção de Trípoli, que matou pelo menos 40 imigrantes e, segundo apontaram, poderia se tratar de um crime de guerra.
"Este ataque, segundo as circunstâncias precisas nas quais ocorreu, pode constituir um crime de guerra", afirmou Bachelet em comunicado, uma opinião que foi compartilhada também pelo enviado especial da ONU na Líbia, Ghassan Salomon.
Por sua vez, a Organização Internacional de Migração (OIM) e a Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR) pediram uma investigação "completa e independente" do ataque.
"É necessário determinar como aconteceu e quem foi o responsável", apontaram ambos os organismos em comunicado conjunto.
A OIM e a ACNUR lembraram também que "mais de 3,3 mil migrantes e refugiados estão detidos arbitrariamente em centros de detenção de Trípoli em condições desumanas".
Além disso, ambas as organizações disseram que o ataque de ontem deixou ainda "vários feridos" e que no centro de detenção de Tajura havia 600 imigrantes e refugiados, entre eles mulheres e crianças, razão pela qual é esperado que o número de vítimas aumente consideravelmente.
O bombardeio, supostamente cometido pelas tropas do marechal opositor Khalifa Hafter, ocorreu durante a noite de terça-feira no centro de detenção da cidade de Tajura, ao sul de Trípoli.
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