Coreia do Sul faz disparos de advertência após Rússia violar seu espaço aéreo
Um avião militar russo violou hoje o espaço aéreo da Coreia do Sul em duas ocasiões, o que levou as forças aéreas sul-coreanas a disparar tiros de alerta, informou à Agência Efe um porta-voz do Ministério da Defesa de Seul.
O diretor do Escritório Nacional de Segurança, Chung Eui-yong, enviou um protesto ao secretário do Conselho de Segurança da Federação Russa, Nikolai Patrushev, informou o gabinete presidencial sul-coreano.
Chung disse a Patrushev que Seul está "levando o incidente muito a sério" e que se "tal ato for repetido", a Coreia do Sul "tomará medidas mais duras".
A aeronave russa, aparentemente um avião de alerta antecipado Beriev A-50, realizou sua primeira incursão em torno das 9h09 (hora local) em uma área sobre o Mar do Japão (chamada de Mar do Leste nas duas Coreias) perto das ilhas Dokdo, conforme detalhado pelo Estado-Maior conjunto sul-coreano.
Seul ativou a manobra de "scramble" ou decolagem urgente quando detectou o avião russo entrando em sua Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ, sigla em inglês).
Esta manobra é executada por pilotos de combate quando a presença excessivamente próxima de um dispositivo estrangeiro torna possível uma violação do espaço aéreo nacional.
A Coreia do Sul implantou vários caças F-15 e F-16 que lançaram foguetes e dispararam tiros de advertência após a emissão de mensagens de alerta, conforme indicado pelo protocolo sul-coreano para esse cenário.
A aeronave russa deixou em poucos minutos o espaço aéreo e a zona sul-coreana da ADIZ, mas novamente fez outra violação similar cerca de 15 minutos depois.
Depois de uma resposta semelhante da Coreia do Sul, o avião russo deixou o espaço aéreo em quatro minutos e demorou mais vinte para deixar a ADIZ.
É a primeira vez que um aparato militar de Moscou viola o espaço aéreo sul-coreano, embora a interferência na ADIZ tenha ocorrido anteriormente.
Na verdade, esse incidente ocorreu apenas algumas horas depois de quatro outras aeronaves militares, duas delas chinesas e duas russas, também entrarem sem permissão na ADIZ sul-coreana ao redor do Mar do Japão.
O objetivo destes voos são desconhecidos até o momento, embora o Ministério da Defesa sul-coreano pretenda convocar hoje os adidos militares das embaixadas russa e chinesa em Seul para apresentar um protesto contundente.
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