Trump encerra conversas de paz com os talibãs no Afeganistão
Washington, 9 set (EFE).- Depois de cancelar uma reunião secreta que ocorreria no fim de semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira que as negociações de paz com os talibãs estão "mortas".
"No que me concerne, estão mortas", disse Trump a jornalistas.
No sábado, Trump foi ao Twitter anunciar o cancelamento de um encontro secreto com representantes dos talibãs e do governo do Afeganistão que ocorreria em Camp David, a residência de campo da presidência dos EUA.
Trump disse ter cancelado a reunião depois de os talibãs terem admitido a autoria de um atentado em Cabul na última quinta-feira. Segundo balanço divulgado pelo governo do Afeganistão, 11 pessoas morreram no ataque, entre elas um soldado americano.
No entanto, a Casa Branca não havia esclarecido se o tweet de Trump representava o fim das conversas entre o governo dos EUA e o grupo insurgente, que estão discutindo há mais de um ano no Catar formas de encerrar o conflito que já dura mais de duas décadas.
Ontem, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, chegou a dizer que o governo americano ainda estava aberto a discutir um acordo de paz com os talibãs, mas foi contrariado hoje por Trump.
As negociações com os talibãs provocaram atritos entre alguns integrantes do governo americano, em especial sobre a decisão de receber integrantes do grupo insurgente. Trump, porém, negou a existência de qualquer rusga entre os membros de sua equipe.
"Quanto aos meus assessores, eu segui meu próprio conselho. Foi minha ideia (a reunião) e foi minha ideia cancelá-la", ressaltou o presidente americano.
"Eles (os talibãs) sentem que arruinaram as coisas, eles mesmos disseram isso", completou.
O porta-voz do escritório político dos talibãs no Catar, Suhail Shaheen, disse ontem que o grupo já havia firmado um acordo com os Estados Unidos. Por isso, classificou como "surpreendente" o anúncio repentino de Trump.
O acordo com os EUA poderia ter aberto as portas para negociações diretas entre talibãs e o governo do Afeganistão. A última vez que as partes se reuniram foi em 2015, processo que foi suspenso dias depois da notícia da morte do fundador do grupo, mulá Omar. EFE
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