Estudo alerta que composto químico de cigarros eletrônicos pode causar câncer
Washington, 16 set (EFE).- Os cigarros eletrônicos contêm um composto químico que pode causar câncer e que foi proibido como aditivo alimentar, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira pelo jornal "JAMA Internal Medicine".
O composto, chamado pulegona, "está presente em extratos de óleo preparados de menta e as suas variedades como hortelã e poejo", afirmou o pesquisador Sairam Jabba, do Departamento de Anestesiologia na Faculdade de Medicina de Duke, na Carolina do Norte.
"A pulegona é um cancerígeno que causa câncer de fígado, metaplasia pulmonar e outros neoplasmas nos roedores que recebem administração oral", acrescenta o artigo.
Em 2018, a Administração de Alimentos e Remédios dos EUA (FDA, na sigla em inglês) proibiu a pulegona sintética como aditivo nos alimentos.
Estudos recentes realizados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) detectaram quantidades substanciais de pulegona nos cigarros eletrônicos vendidos com sabores de menta e mentol, e nos chamados "produtos de tabaco sem fumaça" à venda nos EUA.
Mesmo assim, a FDA não ditou regulações sobre a presença deste composto químico nos cigarros eletrônicos e em tabacos de mascar, que os fabricantes promovem como alternativa mais saudável aos cigarros comuns.
Jabba e Sven Eric Jodt, que liderou o estudo, analisaram se as marcas mais vendidas de cigarros comuns mentolados, três marcas de cigarros eletrônicos e uma marca de "tabaco sem fumaça" continham pulegona suficiente para gerar preocupação.
Os pesquisadores classificaram como "usuário leve" o consumidor diário de 5 mililitros diários de vapor de um cigarro eletrônico, ou meio maço de cigarros, ou 10 gramas de tabaco de mascar.
Foi considerado "usuário moderado" o consumidor diário de 10 mililitros de cigarro eletrônico, um maço de cigarros ou 20 gramas de tabaco "sem fumaça". Para o estudo, o "usuário intenso" é o que consome diariamente o dobro das quantidades do "usuário moderado".
A comparação dos resultados do estudo com os níveis que a FDA considera relacionados a tumores nos animais de laboratório determinou que a pulegona nesses produtos excede os níveis de preocupação. Os cigarros mentolados comuns, por outro lado, contêm níveis de pulegona abaixo dos limites da FDA.
Pelo menos seis pessoas morreram e centenas sofreram complicações pulmonares vinculadas ao crescente uso de cigarros eletrônicos, que são promovidos com sabores artificiais.
Na semana passada, o secretário de Saúde dos Estados Unidos, Alex Azar, disse que a FDA "trabalha para proibir os cigarros eletrônicos com sabores".
Uma semana antes, a governadora de Michigan, a democrata Gretchen Whitmer, decretou a proibição da venda de cigarros eletrônicos, tornando o estado o primeiro a proibir esses produtos.
"A indústria do tabaco minimizou os níveis de pulegona nos sabores dos seus cigarros devido às preocupações sobre a sua toxicidade", afirmou o estúdio de Duke. EFE
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