Grupo de Lima e EUA estão dispostos a ampliar sanções contra a Venezuela
Nações Unidas, 23 set (EFE).- Os países do Grupo de Lima e os Estados Unidos disseram nesta segunda-feira que estão dispostos a adotar novas sanções contra a Venezuela e condenaram os crescentes vínculos do chavismo com grupos armados à margem da lei.
Reunidos às margens da Assembleia Geral da ONU, os países que participam do bloco, entre eles o Brasil, se mostraram favoráveis aplicar sanções econômicas e políticas contra Maduro, visando restabelecer a ordem constitucional e democrática na Venezuela. Além disso, todos descartaram a hipótese de qualquer uso da força contra o governo do país.
Os EUA, que não fazem parte do Grupo de Lima, prometeu que vai continuar ampliando as sanções contra Maduro e convocou o restante da comunidade internacional a fazer o mesmo.
"Precisamos de mais pressão ainda, mais sanções. E os senhores verão mais sanções por parte dos Estados Unidos. Precisamos aumentar a pressão diplomática e econômica para conseguir a mudança que todos queremos na Venezuela", disse o enviado americano para a Venezuela, Elliott Abrams, após participar da reunião.
Já os representantes de Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Paraguai e Peru assinaram uma declaração na qual acusam Maduro de bloquear qualquer saída negociada para a crise. Além disso, os países reiteraram o apoio ao opositor Juan Guaidó, considerado como presidente interino da Venezuela pelo Grupo de Lima.
Por iniciativa da Colômbia, os países também rejeitaram o que chamaram de "crescentes vínculos" do governo de Maduro com "grupos armados à margem da lei" e o amparo que o chavismo estaria dando "a organizações terroristas e grupos armados ilegais em território venezuelano". Para eles, isso representa uma clara ameaça à segurança da região.
Na declaração, o Grupo de Lima também deixou exigir do Conselho de Direitos Humanos da ONU a criação de um mecanismo independente de acompanhamento e investigação da violação sistemática dos direitos humanos na Venezuela, já documentada em um recente relatório elaborado pela organização internacional.
O opositor venezuelano Julio Borges, designado como comissário para Relações Exteriores por Guaidó, destacou que no Grupo de Lima há total oposição ao que Maduro fez recentemente ao fechar as portas para a possibilidade de encontrar uma saída negociada para a crise que abala o país.
A reunião do Grupo de Lima foi a primeira de uma série de encontros sobre a Venezuela previstos às margens da Assembleia Geral da ONU.
Ainda hoje, os ministros de Relações Exteriores dos países signatários do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar), uma espécie de Otan do continente, se reunião para decidir que medidas tomar contra a Venezuela.
O texto do Tiar prevê várias possibilidades: romper relações diplomáticas e econômicas, decretar um bloqueio ao transporte naval e aéreo, ou até autorizar o uso da força contra o país em questão. No entanto, os chanceleres descartam a opção militar. EFE
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