Macron pede "uma sociedade da vigilância" contra o terrorismo
Paris, 8 out (EFE).- O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu à população a construção de "uma sociedade da vigilância" diante do terrorismo jihadista, após o ataque cometido na sede da polícia de Paris na quinta-feira passada, quando quatro funcionários foram assassinados por um colega radicalizado.
Macron, que pronunciou um discurso solene em homenagem a essas quatro vítimas nas instalações onde ocorreram os assassinatos, especificou que "a vigilância não é a suspeita".
O governante pediu para que todo o país se envolva para detectar no trabalho, nas instituições de ensino, nos centros religiosos e nos lugares da vida cotidiana os sinais que evidenciem "um afastamento dos valores da República".
O homem que matou os colegas na sede da polícia, Mickael Harpon, trabalhava no departamento de informática e já tinha apresentado sinais de radicalização religiosa, mas nenhuma providência foi tomada.
De acordo com Macron, todos os detalhes do fato serão esclarecidos e "será feita a justiça, como é necessário" e se tirarão "todas as conclusões". Na opinião do presidente, é "inconcebível, inaceitável" que um indivíduo com uma ideologia como a de Harpon pudesse trabalhar na sede da polícia.
"Manteremos uma luta sem descanso contra o terrorismo islâmico", anunciou Macron, ao explicar que haverá um aumento nos recursos humanos e técnicos das forças da ordem, mas sem questionar as liberdades públicas e "sem dividir a nação". Segundo o governante, "não se trata de uma luta contra uma religião, mas contra a perversão que conduz ao terrorismo"
Os quatro funcionários assassinados (Damien Ernest, Anthony Lancelot, Brice Le Mescam e Aurélia Trifiro) foram agraciados pelo ministro do Interior, Christophe Castaner, com o título póstumo da Legião de Honra, a mais alta condecoração oficial na França. EFE
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