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Integrantes do Al Shabab fazem emboscada a ônibus e executam 8 quenianos

06/12/2019 16h49

Nairóbi, 6 dez (EFE).- Supostos integrantes do grupo terrorista Al Shabab interceptaram um ônibus no condado de Wajir, no nordeste do Quênia, e executaram oito pessoas nesta sexta-feira, todas quenianas.

Em entrevista ao jornal local "The Star", o comissário de polícia de Wajir, Mohamed Birik, confirmou o ataque e o número de vítimas do atentado. No entanto, as autoridades ainda não sabem quantos terroristas participaram do crime.

"Sim, eu posso confirmar que o ataque de fato ocorreu e que nós perdemos a vida de oito quenianos inocentes. É  lamentável que o Al Shabab tenha aperfeiçoado a arte de matar almas inocentes. É diabólico e triste que a sede por sangue de inocentes quenianos persista", afirmou Birik.

O ônibus, que viajava entre as cidades de Kotulo e Wargadud, tinha como destino a cidade de Mandera, que faz fronteira com a Somália, país onde o Al Shabab atua. Os terroristas pararam o veículo, separaram os quenianos das demais pessoas e os executaram, liberando o restante dos passageiros a seguir viagem na sequência.

Agentes da polícia liderados por forças especiais foram enviados para a região do atentado e tentam encontrar os terroristas, que fugiram em direção à Somália.

O governador de Wajir, Mohammed Abdi, condenou o atentado e pediu ao governo federal do Quênia mais ajuda para fortalecer a segurança da região.

"Quero apelar ao nosso aparato de segurança para que se mantenha proativo e em alerta. Não podemos perder vidas para os terrorista", disse o governador.

Este não foi o primeiro ataque do tipo cometido pelo Al Shabab no Quênia. Em novembro de 2014, os terroristas do grupo executaram 28 dos 60 passageiros de um ônibus após identificar que eles não eram muçulmanos.

Filiado à Al Qaeda desde 2012, o Al Shabab controla parte do sul e do centro da Somália. O objetivo do grupo é instalar um estado islâmico de orientação wahhabista (ultraconservador) em todo país.

Desde outubro de 2011, quando o governo do Quênia enviou militares à Somália como resposta a uma onda de sequestros realizados pelo Al Shabab, os terroristas do grupo passaram a cometer atentados no país vizinho.

A Somália vive em um estado de conflito e caos desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barré foi derrubado do poder, deixando o país sem governo e nas mãos de milícias islâmicas e senhores da guerra. EFE