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Primeiro contágio pelo coronavírus teria acontecido em novembro, diz jornal

EPA
Imagem: EPA

13/03/2020 13h07

Pequim, 13 mar (EFE).- A primeira infecção conhecida da covid-19, a doença causada pelo coronavírus SRA-CoV-2, ocorreu no dia 17 de novembro do ano passado, de acordo com uma investigação do jornal "South China Morning Post", de Hong Kong, com base em dados do governo.

O jornal afirma que uma pessoa de 55 anos da província de Hubei, foco do surto, teria sido a primeira a contrair a covid-19.

Segundo a reportagem, que afirma ter tido acesso a dados do governo, desde então eles totalizam entre uma e cinco infecções por dia; até 15 de dezembro, o número total de infecções era 27, e até 20 de dezembro já havia 60 infectados.

No entanto, nenhuma das nove primeiras infecções —quatro homens e cinco mulheres— seria "paciente zero", de acordo com os dados.

Essas nove pessoas tinham entre 39 e 79 anos de idade, embora não se saiba quantos eram moradores de Wuhan, capital de Hubei, onde o surto começou a se espalhar.

Segundo o jornal, as autoridades chinesas identificaram pelo menos 266 pessoas infectadas durante 2019, enquanto em 1º de janeiro deste ano elas já tinham 381 infectadas.

Porém, a Comissão Municipal de Saúde de Wuhan não relatou o primeiro caso até 5 de janeiro, afirmando que o mesmo foi diagnosticado em 12 de dezembro.

Além disso, o governo chinês não informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a detecção dos primeiros casos de uma "nova pneumonia" em Wuhan até 31 de dezembro.

Segundo a OMS, o primeiro contágio da covid-19 na China ocorreu no dia 8 de dezembro, enquanto a revista médica "The Lancet" estabeleceu recentemente que a primeira infecção conhecida teria ocorrido no dia 1º.

Por sua parte, médicos como Zhang Jixian, do Hospital Provincial de Hubei para Medicina Chinesa e Ocidental, alertaram as autoridades de saúde em 27 de dezembro que a doença sofrida por esses primeiros pacientes era um coronavírus.

No dia 30 de dezembro, o oftalmologista Li Wenliang, de 33 anos, anunciou em um grupo do aplicativo de mensagens WeChat (semelhante ao WhatsApp) que sete pacientes haviam sido internados no Hospital Central de Wuhan por um coronavírus do tipo SARS.

Em 11 de janeiro, foi anunciada a primeira morte em Wuhan. Dez dias depois, foi confirmado que a pneumonia poderia ser transmitida entre humanos e no dia 23, a cidade estava em quarentena, fechada para o mundo exterior.

Foi a primeira das medidas extremas que o país asiático tomou para tentar deter a epidemia, que até agora já infectou mais de 80 mil pessoas, das quais mais de 3.000 morreram.

Ontem, a China declarou que o pico das transmissões havia chegado ao fim, mas ainda não suspendeu as rigorosas medidas preventivas que mantêm grande parte da população em suas casas.

De acordo com o último balanço da Comissão Nacional de Saúde da China, novos casos de contágio do coronavírus foram limitados a oito em todo o país nas últimas 24 horas.