Topo

Promotor se opõe a libertação de ex-chefe de campanha de Keiko Fujimori

17/04/2020 01h17

Lima, 16 abr (EFE).- O promotor público peruano José Domingo Pérez apresentou um recurso de anulação do pedido de libertação do ex-chefe de campanha de Keiko Fujimori, Jaime Yoshiyama, por medo de contágio na prisão da COVID-19, e desafiou o juiz que avaliará a causa.

O promotor da Equipe Especial Lava Jato no Peru solicitou a anulação da audiência marcada para esta sexta-feira pelo juiz Roger Santos para avaliar a solicitação da defesa de Yoshiyama, apesar de o país ter uma ordem de imobilidade obrigatória e isolamento social devido à pandemia do novo coronavírus.

Justamente por causa da emergência sanitária, os processos nos casos de corrupção ligados ao pagamento de propina pela Odebrecht no país vizinho foram suspensos, incluindo os julgamentos da líder do partido Fuerza Popular e seu entorno político.

No entanto, Santos agendou a audiência para decidir se o homem de 75 anos, que teria recebido as contribuições ilegais da empresa brasileira para a campanha de 2011 de Keiko, pode sair da prisão preventiva e ficar em prisão domiciliar em decorrência da pandemia.

Yoshiyama coordenou a campanha de Fujimori há quase nove anos e cumpre pena de 18 meses de detenção na investigação de lavagem de dinheiro contra a filha do ex-presidente Alberto Fujimori.

A defesa recorre à sua idade e a várias doenças crônicas para solicitar a prisão domiciliar, depois que outras duas pessoas investigadas por corrupção, o ex-primeiro-ministro e governador regional César Villanueva e o advogado Richard Tirado, obtiveram essa variação nos últimos dias sob o argumento de uma possível propagação do vírus SARS-COV-2 na cadeia.

Pérez questionou Santos por não ser o juiz de instrução no caso de Keiko, que inclui Yoshiyama e outros ex-colaboradores e líderes do Fuerza Popular, e considerou que a convocação de uma audiência é ilegal.

Da mesma forma, o promotor disse em documento publicado no site do jornal "El Comercio" que há dúvidas sobre a imparcialidade do juiz pelo fato de seu nome aparecer em documentos encontrados na casa de outro dos acusados de receber propina da Odebrecht, o empresário Vicente Silva Checa.

A própria Keiko Fujimori, detida em uma penitenciária feminina de Lima como resultado das investigações contra ela, pediu nesta semana a libertação de seu pai, que está em uma cadeia onde é o único preso, e da ex-prefeita da capital peruana Susana Villarán, devido ao perigo de serem infectados pelo coronavírus. EFE

mmr/dr