Em resposta aos EUA, China diz que foco deve estar no combate à covid-19
Genebra (Suíça), 6 mai (EFE) - O embaixador da China para a ONU em Genebra, na Suíça, Chen Xu, afirmou hoje que o país entende que a atenção do mundo deve estar em conter a propagação da covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, e não investigar a origem do patógeno, como sugere os Estados Unidos.
"A prioridade é salvar vidas, e se falamos de investigações ou avaliações, precisamos de uma boa atmosfera. Não podemos permitir críticas motivadas por razões políticas. Isso é um vírus político que se dissemina e precisa parar", disse o diplomata, que também representa o governo chinês junto a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Chen Xu garantiu que analisar como foi a atuação de cada país é benéfico para todos e deve ser feito depois de cada emergência sanitária internacional, como aconteceu recentemente com a epidemia do ebola, para que o mundo fique melhor preparado para encarar situações semelhantes no futuro.
O diplomata garantiu que as acusações de que a China escondeu informações da OMS sobre a origem do novo coronavírus são "absurdas e ridículas", assim como as ameaças de pedidos de indenização por danos à economia.
O presidente dos EUA, Donald Trump, já afirmou publicamente que o SARS CoV-2, nome científico do novo coronavírus, foi criado artificialmente em laboratório da cidade de Wuhan. Ontem, em entrevista, o secretário de Estado do país, Mike Pompeo, repetiu a mesma versão.
Na segunda-feira, a chefe do Departamento de Doenças Emergentes da OMS, Maria Van Kerkhove, garantiu que a organização confirma que a origem do causador da covid-19 é animal, já que o patógeno circula de forma ancestral entre os morcegos e que é preciso entender que foi a ponte entre o mamífero voador e o homem.
"De todas as evidências que vimos em todas as sequências genéticas que estão disponíveis, e acredito que há mais de 15 mil, este vírus tem uma origem natural", garantiu Van Kerkhove.
Chen Xu acusou existir uma "mentalidade na classe política dos EUA, que culpa a China por tudo", enquanto tenta desviar a atenção do que classificou como fracasso do governo americano de conter a propagação do novo coronavírus. O diplomata garantiu que pode haver pesquisa sobre o tema, mas de forma multilateral.
"Se falarmos de intercâmbio e cooperação internacional, sim, mas uma investigação como a que fala os Estados Unidos é outra coisa", garantiu.
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