Reino Unido anuncia 3 bilhões de libras para evitar novo surto de coronavírus
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou nesta sexta-feira um investimento de 3 bilhões de libras (R$ 20,1 bilhões) para fornecer mais recursos ao NHS (Serviço Nacional de Saúde), antecipando uma possível segunda onda de casos de coronavírus, que os cientistas acreditam que poderia ser mais séria do que a primeira.
Johnson explicou em entrevista coletiva que o financiamento será usado para manter aberto o hospital de campanha Nightingale — criado para fornecer mais leitos para o sistema de saúde - pelo menos até março de 2021, para manter o tratamento rotineiro dos pacientes e para atingir a meta de 500 mil testes diagnósticos diários em novembro.
"A demanda por testes não é o único desafio que o inverno (no hemisfério norte, a partir de dezembro) trará. É possível que o vírus seja mais virulento nesses meses, e é certo que o NHS enfrentará as pressões anuais que são comuns no inverno", afirmou o premiê no escritório de Downing Street.
Um relatório de vários consultores médicos do governo advertiu que uma segunda onda poderia causar 120 mil novas mortes a partir de dezembro. Eles disseram que as atuais medidas de distanciamento social e teletrabalho devem ser mantidas.
A organização NHS Providers, que representa as diversas entidades dentro do sistema público de saúde, alertou que os investimentos anunciados hoje não são suficientes para lidar com a "tripla pressão" que creem que será exercida sobre o sistema público, que no início da pandemia sofreu com a falta de equipamentos de proteção pessoal e testes diagnósticos.
"O terreno perdido dos últimos quatro ou cinco meses deve ser recuperado, e medidas devem ser tomadas para administrar a atividade adicional que sempre ocorre no inverno", disse o vice-diretor do NHS Providers, Saffron Cordery.
Para tentar deter um novo surto, Johnson afirmou que, a partir deste sábado, as instituições locais terão o poder de implementar confinamentos parciais, o que envolverá "ser forçado a ficar em casa, ser proibido de entrar ou sair de determinadas áreas, reduzir a capacidade dos encontros de pessoas e restringir o serviço de transporte".
O primeiro-ministro também anunciou que mais detalhes serão divulgados em 1º de agosto para que as empresas possam decidir se querem manter seus funcionários em teletrabalho ou permitir que retornem ao local de trabalho.
"Queremos encorajar as pessoas a voltarem ao trabalho se for seguro e desde que os empregadores tenham feito o esforço que deveriam para tornar seus locais de trabalho seguros da covid-19, como tantas empresas em todo o país têm feito", destacou.
De acordo com os últimos dados oficiais, as mortes por covid-19 no Reino Unido passam de 45 mil, e o número de casos é de mais de 292 mil desde o início da pandemia, o que o torna o país o mais afetado na Europa e o terceiro no mundo, atrás de Estados Unidos e Brasil.
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