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Dom Pedro Casaldáliga é homenageado por indígenas em enterro

Dom Pedro Casaldáliga, nascido Pere Casaldàliga i Pla, morreu no último sábado (8) aos 92 anos devido a uma infecção pulmonar - Jorge Araújo/Folhapress
Dom Pedro Casaldáliga, nascido Pere Casaldàliga i Pla, morreu no último sábado (8) aos 92 anos devido a uma infecção pulmonar Imagem: Jorge Araújo/Folhapress

Da Redação Central

13/08/2020 02h35

Grupos indígenas se despediram do bispo Dom Pedro Casaldáliga, um dos pioneiros da Teologia da Libertação e famoso por sua defesa dos mais pobres, em São Félix do Araguaia, no interior do Mato Grosso, onde foi sepultado nesta quarta-feira.

O corpo do bispo emérito, que morreu no último sábado aos 92 anos devido a uma infecção pulmonar, foi sepultado em um cemitério dos índios Iny (Karajá) a poucos metros do rio Araguaia e sob um enorme pequi, símbolo da cultura regional.

Com os corpos pintados de preto e vermelho, representantes da etnia Xavante que Casaldáliga defendeu várias vezes, colocaram uma cruz de madeira no humilde túmulo onde agora repousam os restos mortais do líder religioso.

Antes do enterro aconteceu um funeral no Centro Comunitário Tía Irene do município, em que os xavantes realizaram um ritual envolvendo o corpo de Casaldáliga, que descansava sobre uma canoa indígena.

O religioso morreu em Batatais, no interior de São Paulo, devido a uma infecção pulmonar, agravada pelo Mal de Parkinson de que sofria. Na cidade, foram realizadas as primeiras homenagens após sua morte, seguidas do embalsamamento do corpo e da transferência para o Santuário dos Mártires da Caminhada, no estado de Mato Grosso, em uma viagem que durou quase um dia inteiro por terra. Finalmente, o cortejo fúnebre partiu na véspera em direção a São Félix do Araguaia.

Casaldàliga, reconhecido no Brasil por seu intenso trabalho social e defesa dos mais vulneráveis, também foi chamado de "bispo do povo" por sua defesa dos povos indígenas da Amazônia e pela luta contra a violência no campo.