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Austrália aceita discutir repatriação de autor de massacre na Nova Zelândia

Scott Morrison, primeiro-ministro da Austrália - Kelly Barnes/AAP Image via Reuters
Scott Morrison, primeiro-ministro da Austrália Imagem: Kelly Barnes/AAP Image via Reuters

28/08/2020 03h07

Sydney (Austrália), 28 ago (EFE).- O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, disse nesta sexta-feira (data local) que está "aberto" para discutir a repatriação do autor do ataque supremacista cometido em março de 2019 na Nova Zelândia, de modo que o condenado cumpra a pena no país natal, embora não haja um pedido oficial.

O australiano Brenton Tarrant foi condenado nesta quinta-feira à prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional, por matar 51 muçulmanos ao atacar duas mesquitas na cidade de Christchurch, tentar assassinar outras 40 e terrorismo.

"Este tipo de decisão, evidentemente, tem muitas implicações. Eu e a primeira-ministra da Nova Zelândia (Jacinda Ardern) falaremos sobre esses assuntos", explicou Morrison ao canal 7 da televisão australiana.

Após a condenação de Tarrant, que viajou à Nova Zelândia em 2017 para cometer o ataque, o líder do partido conservador New Zealand First e vice-primeiro-ministro, Winston Peters, pediu a repatriação do supremacista.

A premiê neozelandesa não quis abordar o assunto logo após saber da condenação. Segundo ela, "não há base legal, seria um assunto muito complexo".

"No entanto, acredito que o que mais me interessaria, além da base jurídica, é a opinião da família", comentou Ardern.

O alto custo de manter Tarrant na Nova Zelândia é um dos debates no país. O governo esboçou um orçamento de US$ 2,6 milhões para cobrir os dois primeiros anos de prisão, incluindo o "aumento das medidas de segurança".

O governo australiano já deportou milhares de neozelandeses desde 2014, geralmente depois do cumprimento da pena, já que Austrália e Nova Zelândia não têm acordo de extradição.