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Integrante do governo da Rússia admite situação complicada no país

24/11/2020 14h50

Moscou, 24 nov (EFE).- A vice-primeira-ministra da Rússia, Tatyana Golikova, admitiu nesta terça-feira que o país está em momento complicado no que se refere à propagação do novo coronavírus, devido aumento nos indicadores em várias regiões e saturação de diversos hospitais do país.

De acordo com dados apresentados em reunião do conselho coordenador dos direitos humanos, em 32 das 85 regiões do país, a incidência de casos por cada 100 mil habitantes é maior do que a média nacional. E em seis unidades da federação, a ocupação de leitos ultrapassou 90%.

De acordo com boletim apresentado hoje pelas autoridades locais, a Rússia registrou 24.326 casos de infecção nas últimas 24 horas, elevando o total para 2,14 milhões de positivos.

O dado mais alarmante de hoje foi a notificação de 491 mortes por Covid-19, o número mais alto em um mesmo dia desde o início da pandemia.

Golikova destacou ainda que, entre 1º de outubro e ontem, a taxa de incidência de casos no território russo saltou de 6,1 para 17,1 por cada 100 mil habitantes.

De acordo com a vice-primeira-ministra, 78,2% dos leitos hospitalares, atualmente, estão ocupados por pacientes com Covid-19. Em São Petersburgo, por exemplo, onde o nível é ainda mais elevado, a integrante do governo classificou a situação como "crítica".

Golikova destacou que já foram instaladas mais 274 mil vagas para pessoas que sofrem com a doença, sendo que 150 mil delas estão equipadas com oxigênio, e mais de 31 mil com respiradores mecânicos.

O número de pacientes na Rússia que estão em estado grave gira em torno de 11% da rede hospitalar, afirmou a integrante do governo.

A Rússia, apesar dos indicadores, tem evitado reintroduzir restrições de forma nacional, como fez durante a primeira onda de contágio, deixando para as regiões a decisão sobre as medidas a serem tomadas, em função da situação nos respectivos territórios.

De acordo com Golikova, o governo já está se organizando para realizar uma vacinação em massa, a partir do ano que vem. O primeiro passado será imunizar a população de risco, os trabalhadores de saúde, professores, entre outros.

Até o momento, 117 mil doses da vacina russa Sputnik V já foram disponibilizadas à população. Até o fim do ano, segundo a vice-primeira-ministra, mais de 2 milhões de doses serão produzidas.

Hoje, o Centro Gamaleya e o Fundo de Investimentos Diretos do país indicaram que a vacina apresentou eficácia de mais de 95%, passados 42 dias da primeira dose.

De acordo com os dados preliminares da segunda análise, a efetividade da vacina russa, depois de 28 dias, é de 91,4%.