Desigualdades no acesso às vacinas são "mais grotescas" a cada dia, diz OMS
A cada dia que passa ficam "mais grotescas" as desigualdades no acesso dos países às vacinas contra a covid-19, afirmou ontem o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom.
Ao avaliar a situação da pandemia e a distribuição de vacinas no mercado, Tedros acrescentou que é "chocante" que os países com mais recursos estejam fazendo "tão pouco" para reverter a situação.
Sem citar países, o dirigente criticou aqueles que "preferem vacinar os jovens que não estão em nenhuma categoria de risco à custa de outros países poderem vacinar os seus trabalhadores da saúde e pessoas mais velhas".
Israel foi o país que mais vacinou, com praticamente toda a população elegível a receber a primeira dose da vacina e mais de metade a receber ambas. A lista de países que imunizaram a maior parte das populações segue com Emirados Árabes, Reino Unido, Chile e Estados Unidos.
"Alguns países estão na corrida para vacinar toda a população, enquanto outros países não têm nada. Isto pode comprar a eles uma segurança a curto prazo, mas é uma falsa impressão de segurança", avisou.
Tedros lembrou que enquanto a transmissão do coronavírus continuar em diferentes partes do mundo, surgirão mais variantes que podem, potencialmente, driblar as vacinas.
No entanto, nem todos os países que podiam seguiram o caminho da acumular vacinas. A Coreia do Sul, um país com recursos econômicos suficientes para ter negociado contratos diretos com empresas farmacêuticas, optou por aderir à plataforma COVAX, criada pela OMS em colaboração com outras organizações, para uma distribuição equitativa de vacinas e aguardar a sua vez.
Das 450 milhões de vacinas administradas até hoje, a COVAX apenas distribuiu 30 milhões porque não recebeu fornecimentos suficientes.
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