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Governo de El Salvador condena assassinato de migrante no México

29/03/2021 18h38

San Salvador, 29 mar (EFE).- O governo de El Salvador condenou o assassinato de uma migrante salvadorenha no México, que foi sufocada até a morte com o joelho de um policial mexicano, e lembra que o fato já está sendo investigado, segundo nota do Ministério das Relações Exteriores divulgada nesta segunda-feira à Agência Efe.

O incidente ocorreu na cidade turística de Tulum, no sudeste do México, e a vítima se chamava Victoria Esperanza Salazar Arriaza, de 36 anos.

"O governo de El Salvador condena as ações que causaram a morte da compatriota", indica a nota, na qual também foi informado que o governo "está em comunicação com as autoridades mexicanas com o objetivo de prosseguir com as investigações pertinentes e determinar as responsabilidades para aplicar todo o peso da lei".

Indicou que a Chancelaria dará "todo o apoio e acompanhamento necessário aos familiares de Salazar Arriaza", que residia no departamento de Sonsonate.

O Ministério salvadorenho acrescentou que a situação está sendo monitorada e acompanhada por meio de sua representação consular em Acayucan e da embaixada naquele país.

O presidente do país, Nayib Bukele, também pediu que seja feita justiça.

"Cuidaremos da manutenção e dos estudos das duas filhas de Victoria e de tudo que elas precisarem (...) só pedimos justiça. Que todo o peso da lei recaia sobre quem fez isso", postou em seu Twitter.

A morte de Victoria, que a Procuradoria-Geral do Estado de Quintana Roo (FGE) está investigando como homicídio agravado, causou indignação depois que o vídeo, gravado no sábado, ter sido divulgado ontem, em que um dos quatro policiais de Tulum pode ser visto colocando o joelho no pescoço da vítima, que só consegue gemer.

Depois que sua identidade foi revelada, o escândalo gerou reclamações de associações de migrantes e políticos em El Salvador.

Ativistas compararam o que aconteceu ao assassinato do afro-americano George Floyd, que morreu sufocado pela polícia em Minneapolis, Minnesota, em maio de 2020, gerando protestos históricos por justiça racial nos Estados Unidos.

O caso aborda duas crises atuais no México, a da violência sexista refletida no assassinato de mais de 10 mulheres por dia, segundo a ONU Mulheres, e a crise da imigração, como mostra a detenção de 34.993 migrantes irregulares até 25 de março, com um aumento anual de 28%.