Índia elogia apoio dos EUA à suspensão de patentes de vacinas contra covid-19
O governo da Índia elogiou nesta quinta-feira o apoio dos Estados Unidos à proposta de suspensão das patentes de vacinas contra o coronavírus, que é defendida desde outubro do ano passado pelas autoridades indianas, que enfrentam atualmente a pior fase da pandemia, com recordes de mortes e infecções.
"Celebramos a declaração do governo dos Estados Unidos (...) anunciando seu apoio a esta iniciativa. Esperamos que, com uma abordagem baseada no consenso, a suspensão possa ser rapidamente aprovada na OMC (Organização Mundial do Comércio)", destacou o governo indiano em comunicado.
O comunicado, divulgado no final da tarde na Índia, ressaltou que "a suspensão é um passo importante para permitir o rápido aumento da produção e a disponibilidade de vacinas contra a covid-19 e de produtos médicos essenciais a preços acessíveis".
O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, manifestou ontem seu apoio à proposta da OMC de suspender a propriedade intelectual sobre as vacinas contra a covid-19.
A Índia e a África do Sul, apoiadas por dezenas de nações em desenvolvimento, solicitam desde outubro do ano passado que a OMC suspenda as patentes de vacinas, testes e tratamentos contra a covid-19 para que possam ser produzidos em outros países.
O país asiático afirmou hoje que a proposta já recebeu o apoio de "mais de 120 países" e que, em uma conversa telefônica realizada em 26 de abril entre o primeiro-ministro Narendra Modi e Biden, o governante indiano já havia salientado que esta iniciativa "visava o benefício da humanidade".
A Índia impôs um bloqueio às exportações de vacinas diante do aumento dos casos de coronavírus, apesar de um contrato para as empresas locais fabricarem e entregarem milhões de vacinas ao consórcio Covax, patrocinado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
O país registrou nesta quinta-feira um novo número recorde de infecções por coronavírus, com 412.262 casos nas últimas 24 horas, assim como o maior número de mortes contabilizadas até agora no país, 3.980, em meio a uma segunda onda da pandemia que também causa escassez de oxigênio e leitos.
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