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OMS pede 20 milhões de doses de AstraZeneca em caráter urgente para a África

27/05/2021 21h06

Dacar, 27 mai (EFE).- A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta quinta-feira que a África precisa "urgentemente" de pelo menos 20 milhões de doses da vacina AstraZeneca nas próximas seis semanas, para que aqueles que receberam a primeira dose também sejam inoculados com a segunda dentro do intervalo recomendado.

"A África precisa de vacinas agora. Qualquer pausa nas nossas campanhas de vacinação significará perda de vidas e esperança", disse hoje a diretora-regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, em uma coletiva de imprensa virtual.

"É demasiado cedo para saber se a África está no auge de uma terceira onda. No entanto, sabemos que os casos estão aumentando e o tempo está passando. Por isso, apelamos urgentemente aos países que vacinaram seus grupos de alto risco a acelerarem a entrega de doses para proteger totalmente as pessoas mais vulneráveis", acrescentou Moeti.

Segundo afirmou a OMS em comunicado, "uma dose única da vacina Oxford-AstraZeneca proporciona cerca de 70% de proteção durante pelo menos 12 semanas" e, embora "tenham sido encontrados anticorpos Covid-19 no corpo até seis meses após uma dose", duas doses dadas "com 12 semanas de intervalo proporcionam 81% de proteção durante um período de tempo prolongado".

A agência da ONU advertiu que, além desta "necessidade urgente", também são necessárias mais 200 milhões de doses de qualquer vacina contra a Covid-19 para que o continente vacine 10% da sua população até o próximo mês de setembro.

No início desta semana, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu a todos os Estados-membros da ONU para que apoiassem "um grande esforço de vacinação".

Segundo dados da OMS, 28 milhões de doses de diferentes vacinas contra a Covid-19 foram administradas até agora no continente africano, o que representa menos de duas doses administradas para cada 100 pessoas na África.

A França, que foi o primeiro país a doar parte de sua reserva nacional, forneceu mais de 31.000 doses à Mauritânia e comprometeu-se a partilhar mais meio milhão de doses com seis países africanos nas próximas semanas.

A União Europeia e seus países membros e os Estados Unidos também se comprometeram a distribuir mais de 100 milhões e 80 milhões de doses, respectivamente, em países pobres, promessas que a OMS diz ser preciso "acelerar".

A falta de fornecimento de doses da Índia, devido à grave crise sanitária no país, provocou atrasos na recepção dos medicamentos produzidos no Instituto Sérum e que a África recebe principalmente através do consórcio Covax, impulsionado pela OMS para assegurar o acesso global e equitativo à vacina.

Até o dia de hoje, o continente registrou quase 4,8 milhões de casos de Covid-19, dos quais mais de 129.000 resultaram em mortes, de acordo com os últimos dados publicados pelo Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças, que faz parte da União Africana.