Keiko Fujimori pede auditoria de apuração dos votos das eleições peruanas
A candidata à presidência do Peru no segundo turno das eleições realizado no último dia 6, Keiko Fujimori, solicitou nesta segunda-feira uma auditoria da apuração oficial dos votos, que apontou vitória de seu adversário nas urnas, o esquerdista Pedro Castillo.
Além disso, uma ação foi apresentada na Justiça para pedir uma revisão dos pedidos de anulação de votos que foram feitos pela equipe de Keiko após o prazo regulamentar.
Através de seu partido, o Força Popular, Keiko solicitou "uma auditoria computadorizada do processo de digitalização dos registros eleitorais", que mostra uma vitória de Castillo por uma margem de cerca de 48 mil votos.
O motivo alegado pela política de direita e filha do ex-presidente Alberto Fujimori para convocar esta auditoria é que "foi detectada por redes sociais uma série de questionamentos" sobre a apuração das urnas e o sistema do Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE), órgão responsável pela contagem oficial.
"Pedimos apenas eleições limpas e que todas as irregularidades sejam revistas. Não vamos desistir", disse Keiko em redes sociais nesta segunda-feira, argumentando que foi vítima de uma suposta "fraude sistemática", embora sem apresentar provas concretas.
Anulações de votos rejeitadas
A auditoria foi solicitada por Keiko após a maioria dos mais de 800 recursos para anular 200 mil votos por supostas irregularidades ter sido rejeitada pelos júris eleitorais regionais por terem chegado após o prazo regulamentar e por não apresentarem provas consistentes de fraude nas mesas de votação.
Estes apelos estão concentrados em regiões andinas, rurais e pobres onde Castillo teve maioria esmagadora, e o argumento, na maioria dos casos, foi de que algumas das assinaturas dos membros da mesa divergiam das assinaturas das mesmas pessoas que constam no registro civil.
Os júris eleitorais que já decidiram sobre os recursos desta suposta irregularidade estão descobrindo que o fato de a assinatura não ser exatamente a mesma que a do registro civil não confere um motivo imperioso para anular urnas.
Ação Judicial
Além disso, uma ação foi apresentada à Justiça para pedir uma medida cautelar contra o Júri Nacional de Eleições (JNE), o mais alto órgão eleitoral do Peru.
A ação foi movida pelo cidadão Carlos Antonio Franco Pacheco perante o V Juizado Constitucional de Lima depois que o JNE se recusou a prorrogar o prazo para que o Força Popular apresentasse todos os pedidos de anulação de urnas eleitorais.
O JNE, que a princípio queria prorrogar este prazo, mudou de opinião depois de considerar a inconstitucionalidade da medida, como afirma uma decisão do Tribunal Constitucional.
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