Trump diz que pode usar a força para tomar Groenlândia e Canal do Panamá

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Donald Trump se negou a descartar o uso do poder econômico ou da força militar dos EUA para tomar o controle da Groenlândia, território que pertence à Dinamarca, ou do Canal do Panamá. "Falando de Groenlândia e do Canal do Panamá. Eu não posso me comprometer agora", disse Trump, durante uma entrevista coletiva ontem, em resposta a uma pergunta direta sobre o tema. "Pode ser que tenhamos que fazer alguma coisa".

O republicano também questionou a soberania dinamarquesa sobre a ilha. "Ninguém sabe se a Dinamarca tem qualquer direito a ela, mas, se tiver, tem de abrir mão, porque nós precisamos para nossa segurança nacional".

Trump já havia falado anteriormente em retomar o controle do Canal do Panamá, que foi americano até 1999, e em comprar a Groenlândia - mas foi a primeira vez que ele foi questionado sobre o eventual uso das forças armadas americanas com esse objetivo.

Dinamarca, França e Panamá reagem

O primeiro-ministro da Groenlândia, Múte Egede, disse que a Groenlândia "não está à venda e nunca estará". A frase foi repetida pela primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksenpel, que acrescentou: "A Groenlândia pertence aos groenlandeses". Atualmente, a ilha com 57 mil habitantes é um território autônomo da Dinamarca, mas tem o direito de decidir sua independência por referendo.

A posição foi reforçada pelo ministro do Exterior da França. "Não há possibilidade de a União Europeia permitir que outras nações, quaisquer que sejam, ataquem nossas fronteiras soberanas", disse Jean-Nöel Barrot. Em entrevista à Rádio France Inter, Barrot disse não acreditar que os EUA "invadam" a Groenlândia, mas afirmou que o mundo "entrou em uma era em que está vendo a volta da lei do mais forte".

O Panamá também reagiu às falas de Trump. "A soberania de nosso canal não é negociável, é parte de nossa história de luta e uma conquista irreversível", disse o chanceler Javier Martínez-Acha.

Los Angeles em chamas

Mais de 30 mil moradores de Los Angeles estão sendo obrigados a deixar suas casas por pelo menos três grandes incêndios em áreas diferentes da cidade: Pacific Palisades, Altadena e Sylmar. As chamas avançam rapidamente, impulsionados por ventos secos de até 100 km/h. Em Pacific Palisades, na costa, o fogo já consumiu uma área de mais de 12 quilômetros quadrados.

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Mais de 10 mil casas estão sob ameaça, e 1,4 mil bombeiros estão tentando conter o fogo. Vídeos mostram carros abandonados por causa do congestionamento nas rotas de fuga da região e retroescavadeiras retirando os veículos da via para abrir passagem para os bombeiros.

Meta abandonará checagem de fake news

A Meta anunciou ontem que encerrará o seu programa de checagem de informações, que visa coibir e impedir a publicação de fake news e o discurso de ódio em suas redes sociais Facebook, Instagram e Whatsapp. Em seu lugar, a empresa adotará um sistema parecido com o do X, em que cabe aos próprios usuários sinalizar por meio de notas na postagem conteúdos que julguem problemáticos, mas sem o poder de veto.

O anúncio foi feito pelo CEO e fundador Mark Zuckerberg. Em um vídeo postado na internet, ele disse que os checadores são "politicamente parciais" e que está "na hora de voltar para as nossas raízes de livre expressão". Zuckerberg também trabalhará com Trump para resistir a governos ao redor do mundo que estão "perseguindo empresas americanas" e citou decisões de "tribunais secretos" na América Latina.

Mais tarde, Donald Trump foi questionado se a decisão foi influenciada por sua pressão e respondeu "provavelmente sim".

Morre Jean-Marie Le Pen

Jean-Marie Le Pen, fundador do partido de extrema-direita francês Frente Nacional e pai de Marine Le Pen, morreu ontem aos 96 anos. Le Pen disputou cinco eleições presidenciais e chegou ao segundo turno em 2002, quando foi derrotado pelo conservador Jacques Chirac.

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Acusado de ser racista e antissemita, Le Pen foi condenado em 1996 por declarar que as câmaras de gás nazistas tinham sido "apenas um detalhe" da história e que a ocupação nazista da França "não foi especialmente desumana".

Em 2011, ele entregou o controle da Frente Nacional para Marine Le Pen, que o expulsou do partido em 2015, em uma tentativa de suavizar a imagem da legenda, depois renomeada como Reagrupamento Nacional. Marine Le Pen disputou sem sucesso duas eleições para a Presidência e lidera as pesquisas para a sucessão de Emmanuel Macron, prevista para 2027.

Gripe aviária em Portugal

Autoridades de saúde de Portugal anunciaram a descoberta de um foco de gripe aviária "altamente patogênica, do subtipo H5N1" em uma granja nos arredores de Lisboa. Até o momento, porém, não há registros de transmissão da doença para pessoas na região. Os animais foram sacrificados e as aves que estão em um raio de 10 quilômetros do local, em Sintra, estão sendo monitoradas.

Ainda ontem, um porta-voz da OMS disse que o risco da transmissão da doença para a população em geral nos EUA continua baixo, apesar do registro da primeira morte pela doença no país. Desde abril, 70 pessoas já contraíram o vírus nos EUA. A gripe aviária A (H5N1) apareceu pela primeira vez em 1996, e desde 2020 os surtos em aves são cada vez mais frequentes.

Irmã acusa Sam Altman de abusos

Ann Altman entrou com uma ação na Justiça em que acusa de abusos sexuais seu irmão, Sam Altman, CEO da OpenAI e um dos criadores do ChatGPT. Segundo Ann, ela teria sido abusada regularmente a partir dos 3 anos de idade, quando Sam tinha 12, entre 1997 e 2006. Segundo a acusação, o último episódio ocorreu quando Sam já era adulto e Ann ainda menor.

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Em um comunicado assinado por ele, sua mãe e dois irmãos, Sam Altman negou as acusações. "Essas alegações são totalmente falsas", diz a nota, publicada na rede social X. "Cuidar de um membro da família que enfrenta desafios de saúde mental é incrivelmente difícil." Sam disse que paga as contas e aluguel de sua irmã e se ofereceu para comprar uma casa para ela, que "continua a exigir mais dinheiro".

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