Japão e EUA ressaltam importância da estabilidade no estreito de Taiwan

Tóquio, 20 jul (EFE).- O vice-ministro das Relações Exteriores do Japão, Takeo Mori, e a secretária de Estado adjunta dos EUA, Wendy Sherman, ressaltaram nesta terça-feira a importância de manter "a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan", em meio à crescente pressão militar da China na região.

"Ambas as partes mostraram um enérgico repúdio às tentativas da China de mudar unilateralmente o status quo no Mar da China Oriental e no Mar da China Meridional, e ressaltaram a importância da paz e da estabilidade no estreito de Taiwan", expressou o o governo japonês em comunicado.

Ambos os diplomatas compartilharam "a séria preocupação" com a situação dos direitos humanos "em Hong Kong e na região autônoma uigur de Xinjiang", na China.

Sobre a Coreia do Norte, Mori e Sherman destacaram que Tóquio e Washington continuarão colaborando para alcançar "a desnuclearização completa de Pyongyang. Segundo eles, é essencial manter "uma estreita cooperação entre Japão, Estados Unidos e Coreia do Sul".

Sherman tem marcada para a quarta-feira, em Tóquio, uma reunião com Mori e o vice-ministro das Relações Exteriores sul-coreano, Choi Jung-kun, na qual espera reforçar tal colaboração.

A viagem de Sherman à região busca fortalecer a comunicação com os aliados regionais dos EUA na Ásia Oriental, enfraquecida pelo governo do presidente Donald Trump, e enviar uma mensagem de força e unidade para a China, além de lembrar à Coreia do Norte que Washington e seus parceiros continuam com a porta do diálogo aberta.

A visita ocorre em um momento no qual a Coreia do Norte está totalmente focada em gerir a pandemia de covid-19, que já causou enorme dano econômico, e no qual as relações entre Tóquio e Seul estão em baixa.

Na segunda-feira passada, a Coreia do Sul rejeitou a possibilidade de o presidente Moon Jae-in comparecer à inauguração dos Jogos Olímpicos de Tóquio e realizar a que seria sua primeira cúpula com o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, devido ao "insuficiente" entendimento entre ambos os vizinhos.

Desde 2018, o Japão protestou contra várias sentenças de tribunais sul-coreanos a favor de coreanos que foram escravizados por empresas japonesas no período de colonização da península (1910-1945).

Em resposta, o governo japonês puniu Seul com restrições no âmbito d eexportações que foram respondidas com medidas recíprocas pela parte sul-coreana, deixando a relação no pior momento em décadas.