Ultradireitista Kast e esquerdista Boric disputarão 2º turno no Chile
Esta é a primeira vez desde o retorno à democracia em 1990 que os partidos tradicionais de centro-esquerda e centro-direita não conseguem chegar ao segundo turno.
Ambos os favoritos têm agendas muito diferentes, o que obrigará os chilenos a escolher em dezembro entre o governo mais de esquerda desde Salvador Allende (1970-1973) ou o mais de direita desde a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
Boric, um deputado de 35 anos e ex-líder estudantil que se descreve como ambientalista, feminista e regionalista, quer expandir o papel do Estado para um modelo de bem-estar semelhante ao da Europa.
Kast, um advogado católico de 55 anos, pretende reduzir o papel do Estado, baixar os impostos, lidar duramente com a migração irregular e proibir o casamento gay e todas as formas de aborto.
PARISI, A SURPRESA.
O economista liberal Franco Parisi, que vive nos Estados Unidos e nem sequer foi ao Chile para as eleições, continua sendo a surpresa do dia, com 13,31% dos votos, de acordo com a última contagem.
Parisi desloca assim o governista e ex-ministro Sebastián Sichel para o quarto lugar e empurra a candidata da centro-esquerda, a democrata-cristã Yasna Provoste, para a quinta posição. Muito atrás, com menos de 8% dos votos, estão Marco Enríquez-Ominami e Eduardo Artés, da esquerda radical.
"A centro-esquerda não estará no segundo turno, e isso é doloroso para um projeto político como o nosso, que sempre pensou em como ter uma alternativa a um modelo neoliberal", disse Provoste, que deixou no ar o seu apoio a Boric na votação.
O Partido Socialista, parceiro de coalizão de Provoste na antiga Concertación, anunciou o apoio ao candidato da esquerda.
"Pedimos aos chilenos para que não subestimem a ameaça representada por uma opção de extrema direita como eventual presidente do nosso país", disse o presidente do partido, Álvaro Elizalde.
Sichel, que não declarou se pedirá votos para Kast, anunciou que se afastará temporariamente da política e que não votará em Boric.
"Não vou votar em Gabriel Boric no segundo turno. Não quero que a extrema esquerda ganhe no Chile", afirmou. EFE
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