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Rússia afirma que há poucas razões para otimismo após respostas de EUA e Otan

23.dez.2021 - O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov - Natalia Kolesnikova/AFP
23.dez.2021 - O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov Imagem: Natalia Kolesnikova/AFP

27/01/2022 15h19

O Kremlin declarou nesta quinta-feira que "não há muitas razões para otimismo" após receber as respostas dos Estados Unidos e da Otan às suas propostas sobre segurança na Europa, mas especificou que ainda há "perspectivas para um diálogo".

"Todos os documentos estão agora na posse do presidente (Vladimir Putin). Levará tempo para analisá-los. Não vamos tirar conclusões precipitadas... Mas não há muito motivo para otimismo", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, que acrescentou que ainda há possibilidades de diálogo, porque isso é do interesse tanto da Rússia quanto dos EUA.

Peskov destacou que o secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disseram ontem de "forma inequívoca" que rejeitam as principais preocupações que a Rússia havia levantado nas propostas de segurança, enviadas no final de dezembro.

O porta-voz do Kremlin reiterou que Putin está ciente do conteúdo das respostas do Ocidente, que estão sendo analisadas pela administração presidencial e pelo governo, bem como pelo Conselho de Segurança russo.

Peskov destacou que não se pode esperar uma resposta rápida da Rússia, já que os EUA e a Otan levaram mais de um mês para estudar a proposta russa.

"É por isso que também não devemos esperar que nossa reação seja imediata", explicou Peskov durante sua coletiva de imprensa diária por telefone.

Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse hoje que "consultas interdepartamentais" serão realizadas e, em seguida, seu resultado será comunicado ao presidente russo.

"O presidente decidirá nossos próximos passos", ressaltou Lavrov, acrescentando que "o conteúdo do documento (a carta dos EUA) é uma reação que permite esperar o início de uma conversa séria, mas em questões secundárias".

"Na questão principal desse documento não há reação positiva", salientou, em referência à recusa da Aliança em renunciar à política de portas abertas, uma vez que a Rússia pediu para que impedisse a entrada no bloco de ex-repúblicas soviéticas.

"A questão principal é nossa posição clara sobre a inadmissibilidade da expansão da Otan para o leste e o envio de armas ofensivas que podem ameaçar o território da Federação Russa", reforçou.

Por fim, o Kremlin disse que, no momento, nenhum novo contato entre os líderes da Rússia e dos EUA está sendo preparado como resultado da resposta de Washington às demandas russas e, posteriormente, ambos os presidentes decidirão "se precisam conversar e quando".