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Chanceler ucraniano afirma que país está preparado para 'qualquer cenário'

Ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, acredita que a Rússia quer usar a força como uma ameaça para desestabilizar a Ucrânia - Francisco Secco/Pool/AFP
Ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, acredita que a Rússia quer usar a força como uma ameaça para desestabilizar a Ucrânia Imagem: Francisco Secco/Pool/AFP

27/01/2022 14h38Atualizada em 27/01/2022 14h48

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse nesta quinta-feira que a prioridade é que a Rússia falhe em seu plano de "desestabilizar" seu país, mas que não descarta nenhum outro cenário, incluindo um conflito militar.

"Nossa principal prioridade é que a Rússia não tenha sucesso em seu plano de desestabilizar a Ucrânia, mas estamos preparados para qualquer cenário", disse Kuleba, em entrevista coletiva conjunta em Copenhague com o chanceler dinamarquês Jeppe Kofod.

Kuleba acredita que a ideia inicial da Rússia é usar a força como uma ameaça para desestabilizar a Ucrânia, usando também ciberataques e uma campanha de desinformação, para forçar a Ucrânia a fazer concessões.

Rússia, Ucrânia, França e Alemanha concordaram, ontem, em Paris, em se reunir novamente em Berlim dentro de duas semanas, para diminuir o conflito entre Moscou e Kiev sobre a região de Donbass e disseram estar "comprometidos" em reduzir as diferenças em suas posições.

"Estamos prontos para continuar no caminho dos Acordos de Minsk (de 2019), mas a Rússia tem que ir à reunião de boa fé e com o propósito de contribuir para o progresso", disse Kuleba, acreditando que tal acordo garantirá que Moscou continuará seguindo os canais diplomáticos até lá.

O chanceler ucraniano salientou que o seu país não aceitará qualquer solução sobre a Ucrânia que seja tomada sem ter em conta sua opinião.

Kiev considera essencial enviar mensagens políticas coordenadas à Rússia para convencê-la de que sua "operação militar" fracassará, para preparar sanções econômicas, fortalecer a cooperação militar e econômica com seus aliados ocidentais e reforçar a segurança na Ucrânia.

O governo dinamarquês anunciou hoje a transferência de 550 milhões de coroas (cerca de 74 milhões de euros) para apoiar as reformas democráticas de Kiev, os direitos humanos e a independência energética.

Esta ajuda junta-se aos 860 milhões de coroas (cerca de 116 milhões de euros) de outra oferta anterior, que inclui o apoio a várias iniciativas, incluindo a política de defesa.