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60 anos do golpe de 64: entidades civis reativam ação suspensa por Lula

O golpe de 64 completa 60 anos no próximo dia 31 de março. O governo Lula não deverá fazer menções à efeméride, no entanto, o Pacto pela Democracia, que reúne entidades da sociedade civil, fará uma campanha para relembrar a data com o mote "Sem memória não há futuro".

O que aconteceu

Governo Lula cancelou uma iniciativa do Ministério dos Direitos Humanos que relembraria a data. Por essa razão, o Pacto Pela Democracia fará ações nas redes sociais no domingo (31) e segunda-feira (1º) para recordar o que ocorreu.

Eu, sinceramente, vou tratar da forma mais tranquila possível. Eu estou mais preocupado com o golpe de 8 de janeiro de 2023 do que com 64. Eu tinha 17 anos de idade, estava dentro da metalúrgica Independência quando aconteceu o golpe de 64. Isso já faz parte da história. Já causou o sofrimento que causou. O povo já conquistou o direito de democratizar esse país Lula, dias antes da orientação para suspensão das manifestações

31 de março de 1964 foi quando houve um golpe no Brasil, dando início a uma ditadura militar. Militares defenderam a falsa justificativa que, ao tomar o poder, salvaram o Brasil do então presidente deposto, João Goulart, que instalaria um regime comunista no país.

A ditadura militar ficou marcada pela censura à imprensa, perseguição a opositores do regime (o que inclui assassinato ou tortura) e restrição a direitos políticos (não havia eleição direta; apenas militares administravam o país), além de corrupção e desvios de recurso.

A ausência de comprometimento genuíno com a responsabilização daqueles que subverteram a democracia há seis décadas pavimentou o caminho para uma nova tentativa de golpe. Por isso, para assegurar a preservação da democracia, é imperativo adotar uma agenda robusta que fortaleça os pilares do Estado Democrático Brasileiro Trecho do documento do Pacto Pela Democracia

Pacto Pela Democracia diz que tentou contato com órgãos do governo sobre o planejamento de ações sobre a memória do golpe de 64, mas não obteve respostas.

A entidade que encabeça a campanha reúne 200 organizações da sociedade civil, como Memória, Verdade, Justiça, Reparação e Democracia; Mulheres Negras Decidem; Washington Brazil Office; Artigo 19 Brasil e América do Sul; e Open Knowledge Brasil.

Bolsonaro 'celebrava'; Lula prefere silêncio

Durante o governo de Bolsonaro, o 31 de março era marcado pela leitura da Ordem do Dia que lembrava o que foi dito à época como justificativa para o golpe. O ato era exaltado como um "marco para a democracia" e uma ação que teria permitido as "liberdades democráticas que hoje desfrutamos".

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Já durante o governo Lula, em seu primeiro ano, não foi lida a Ordem do Dia no Exército. Neste ano, a tendência é que ocorra exatamente o que aconteceu em 2023: um 31 de março sem recordações.

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