Argentina pode atrapalhar consenso na declaração final da cúpula do G20
Carolina Juliano
18/11/2024 05h58
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Argentina cria impasse em três pontos na declaração final da cúpula. Os representantes do governo de Javier Milei não concordam com três pontos do documento final da cúpula de Líderes dos países do G20: o que trata de questões de equiparação de gênero, a taxação de super-ricos e pontos da Agenda 2030 da ONU com metas para o desenvolvimento sustentável. A delegação argentina espera instruções do presidente para saber se o país aceita assinar a declaração final com ressalvas ou se não vai assinar. O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez ontem um apelo para que os países tenham "espírito de consenso" nas negociações e disse que, se o bloco se dividir, perderá relevância mundial. Historicamente, a Argentina não se opunha a esses temas, mas o governo de Javier Milei vem mudando os rumos da política internacional, principalmente após a eleição de Donald Trump para a presidência dos EUA, de quem o presidente argentino quer se aproximar.
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Brasil busca imprimir marca e deixar legado para o G20. O Rio de Janeiro sedia hoje e amanhã a cúpula de chefes de Estado do bloco que reúne as maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana. Entre membros e convidados, serão 55 representantes de países ou organizações internacionais. O evento vai encerrar os 12 meses de presidência brasileira, período em que foram realizadas 24 reuniões ministeriais e outras 110 de nível técnico. O Brasil tentou impedir que temas polêmicos de geopolítica, como as guerra na Ucrânia e na Faixa de Gaza, contaminassem as discussões nos grupos temáticos e estabeleceu três prioridades: inclusão social e luta contra a fome e a pobreza, reforma da governança global e transição energética e desenvolvimento sustentável. Todos os assuntos discutidos nos grupos serviram de base para a declaração final de líderes que deve ser assinada até amanhã. Saiba mais.
Joe Biden anuncia mais US$ 50 milhões ao Fundo Amazônia. O montante se soma a outros US$ 50 milhões prometidos pelo governo dos Estados Unidos em fevereiro de 2023, por ocasião da visita do presidente Lula ao país. Em abril de 2023, Biden afirmou que a intenção do país era de injetar, ao todo, US$ 500 milhões no Fundo Amazônia, ao longo de cinco anos, mas a promessa não deverá ser cumprida agora que o Partido Democrata perdeu a eleição e Donald Trump vai assumir a presidência do país. Biden visitou a Amazônia neste domingo, na primeira viagem do tipo feita por um presidente dos Estados Unidos em exercício. De Manaus, Biden seguiu para o Rio de Janeiro para participar na cúpula do G20.
Haddad diz que pacote de cortes está pronto e só depende da Defesa. O ministro da Fazenda disse em uma entrevista veiculada na noite de ontem que o conjunto de medidas acertado com o presidente Lula para diminuir despesas do governo é do tamanho que a área econômica elaborou, e que só faltam ajustes com o ministério da Defesa para ele ser anunciado. Haddad defendeu a necessidade de fazer os ajustes para garantir a sustentabilidade do arcabouço fiscal e a expectativa é de que ele gere um impacto de cerca de R$ 70 bilhões nas contas públicas nos primeiros dois anos. A economia é estimada por integrantes do governo em R$ 25 bilhões a R$ 30 bilhões em 2025, e R$ 40 bilhões em 2026. Leia mais.
Biden autoriza Ucrânia a usar armas dos EUA em ataques à Rússia. De acordo com declarações de fontes ligadas ao governo americano à Agência Reuters, a decisão marca uma reviravolta na política de Washington no conflito entre Ucrânia e Rússia até aqui. A decisão foi tomada dois meses antes da posse do presidente eleito Donald Trump, e ocorre depois que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, passou meses pedindo que o Exército da Ucrânia fosse autorizado a usar armas americanas para atingir alvos militares russos distantes da sua fronteira. De acordo com as fontes, a Ucrânia planeja realizar seus primeiros ataques de longo alcance nos próximos dias. Do lado russo, uma flexibilização sobre o uso das armas americanas pode implicar em uma escalada significativa do conflito. Saiba mais.
Alunos da PUC são denunciados por racismo contra estudantes negros da USP. Vídeos de uma partida dos Jogos Jurídicos Estaduais de São Paulo, entre a universidade privada e a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP, mostram integrantes de torcida da PUC-SP xingando alunos do time adversário de "pobres" e "cotistas". Parlamentares do PSOL acionaram Ministério Público para pedir instauração de inquérito policial e denúncia criminal dos autores das ofensas. A associação do curso de Direito da PUC-SP se posicionou sobre as denúncias, repudiando "veementemente os atos discriminatórios" e informando que os autores das ofensas serão identificados e responsabilizados. Uma nota de repúdio conjunta também foi publicada pelas diretorias das faculdades de Direito da USP e da PUC-SP. Veja os vídeos.
Apóstolo Rina, fundador da igreja Bola de Neve, morre em acidente em SP. Rinaldo Luiz de Seixas Pereira tinha 52 anos e sofreu um acidente de moto na Rodovia Dom Pedro, em Campinas, interior de São Paulo. Ele estava voltando de um culto em São João da Boa Vista junto com o grupo Pregadores do Asfalto, o motoclube da Bola de Neve, quando perdeu o controle da moto e caiu. Rina chegou a ser levado com vida e consciente para o Hospital de Clínicas da Unicamp, mas não resistiu aos ferimentos. A igreja é uma das maiores do país, tem 560 templos em 34 países, e é famosa por atrair fiéis ligados a esportes radicais. Rina estava afastado de suas atividades desde o início de junho por causa de denúncias de agressão contra a esposa, a pastora e cantora gospel Denise Seixas.