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Primeiro acordo entre Petrobras e Total após memorando pode sair ainda este ano

24/10/2016 19h02

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O primeiro acordo entre a Petrobras e a francesa Total, após a assinatura de um memorando de entendimentos nesta segunda-feira, pode sair até o fim do ano, disseram os presidentes das duas empresas durante o congresso Rio Oil & Gas.

"Em um par de meses podemos anunciar acordos concretos com a Total", disse o presidente da Petrobras, Pedro Parente, ressaltando que eventuais negócios não incluiriam a área de refino da Petrobras.

"O memorando tem dois anos de validade e estamos conversando desde o início do ano, e já há algumas discussões sobre possíveis ativos que não foram concluídas ainda...", acrescentou o presidente da Petrobras.

Já presidente-executivo da companhia europeia, Patrick Pouyanné, acrescentou que o primeiro negócio pode ocorrer "antes do Natal".

O executivo da empresa brasileira explicou que o memorando assinado com a Total prevê a possibilidade de negociação de ativos na área de exploração e produção no Brasil e no exterior, "dependendo do foco de interesse das empresas".

Essa parceria pode incluir tanto parcerias em ativos já existentes quanto em futuros leilões de áreas de petróleo.

Atualmente, a Petrobras e a Total são parceiras em 15consórcios de exploração e produção, sendo nove no Brasil e seisno exterior.

A Total é uma das sócias da Petrobras na mega reserva deLibra, primeiro contrato pelo regime de partilha de produção,localizada no pré-sal da Bacia de Santos.

No exterior, as companhias são parceiras no campo deChinook, no Golfo do México nos EUA, no campo de águas profundasAkpo, na Nigéria, e nos campos de gás de San Alberto e SanAntonio/Itau, na Bolívia, além de serem sócias no gasodutoBolívia-Brasil.

A Total é uma empresa integrada de energia, sendo uma dasprincipais empresas internacionais do setor de óleo e gásnatural e a segunda maior operadora de energia solar do mundo,com a SunPower, informou a Petrobras em nota. DISTRIBUIÇÃO

A petroleira francesa Total vê o mercado de combustíveis do Brasil como interessante e não descarta que a parceria com a Petrobras avance para o setor de distribuição, disse o CEO da empresa.

O executivo da Total, no entanto, ressaltou que uma eventual aquisição de participação na BR Distribuidora, que a Petrobras colocou à venda, não faz parte da primeira fase da parceira assinada entre as empresas.

"O mercado brasileiro é grande e a BR faria sentido, mas é uma questão de alocação de capital, mas não na primeira fase", disse a jornalistas o CEO da Total.

A BR Distribuidora, formalmente conhecida como Petrobras Distribuidora, é um dos principais ativos envolvidos no processo de desinvestimento da petroleira estatal, cuja meta é obter 34,6 bilhões de dólares por meio de venda de ativos entre 2015 e 2018.

O executivo da Total comentou que a parceria começou a ser costurada entre as duas empresas este ano e alguns ativos que podem ser alvo de um futuro acordo já foram mapeados.

Pouyanné revelou o interesse da Total em ativos na área de gás e de energia.

O ACORDO

A Petrobras e a Total anunciaram um memorando de entendimento para a "consolidação" de uma aliança estratégica nos segmentos de Exploração e Produção (E&P) e Gás e Energia (G&E).

No acordo, as empresas se comprometem a avaliarconjuntamente oportunidades no Brasil e no exterior em áreaschaves de interesse mútuo, "beneficiando-se de suas reconhecidasexperiências em todos os segmentos da cadeia de óleo e gás".

Na primeira fase do acordo, as companhias pretendem focarnas áreas de E&P e G&E. No segmento de E&P, a Petrobras irá oferecer parcerias emprojetos no Brasil, enquanto a Total irá propor oportunidades deparceria no exterior.

A estatal informou ainda que as companhias desenvolverãoatividades conjuntas na área de gás natural e energia elétricano Brasil.

Numa segunda fase, o memorando prevê, ainda, a extensão daparceria estratégica para todos os segmentos da área de refino egás natural.

A Petrobras planeja apresentar ao Conselho de Administração até o fim deste ano um modelo de venda de participações em refinarias em conjunto com terminais e dutos que façam sentido aos possíveis investidores e agreguem valor aos ativos, afirmou nesta segunda-feira o diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras, Jorge Celestino, em outro evento na conferência.

Ele disse que a empresa irá trabalhar sempre em parceria com outras companhias e não vai se desfazer inteiramente dos ativos.

Questionado se esses ativos poderiam atrair interesse da Total, o executivo preferiu não comentar.

(Por Rodrigo Viga Gaier, Jeb Blount e Marta Nogueira)