Iraquianas yazidi escravizadas pelo Estado Islâmico conquistam Prêmio Sakharov do Parlamento Europeu
Por Philip Blenkinsop
BRUXELAS (Reuters) - O Parlamento Europeu concedeu seu Prêmio Sakharov de liberdade de pensamento nesta quinta-feira a duas iraquianas yazidi que foram mantidas como escravas sexuais de militantes do Estado Islâmico e que hoje são ativistas de direitos humanos.
Nadia Murad e Lamiya Aji Bashar estiveram entre as milhares de mulheres e meninas sequestradas, torturadas e abusadas sexualmente por combatentes do grupo depois que estes detiveram yazidis no vilarejo de Kocho, perto de Sinjar, no noroeste do Iraque, em 2014.
Os yazidi são uma seita religiosa cujas crenças misturam elementos de várias religiões antigas do Oriente Médio. O Estado Islâmico os considera adoradores do diabo.
"Esta é uma decisão muito simbólica e significativa para apoiar estas duas sobreviventes, que vieram à Europa como refugiadas e encontraram abrigo na União Europeia", disse o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, em uma coletiva de imprensa após o anúncio.
Ele acrescentou que o prêmio significa que agora o parlamento as está apoiando em sua luta não somente por dignidade, mas para dar seus depoimentos como testemunhas das atrocidades. O prêmio é de 50 mil euros, e uma cerimônia de entrega deve acontecer em dezembro.
Insurgentes do Estado Islâmico devastaram Sinjar em agosto de 2014, matando, capturando e escravizando sistematicamente milhares de habitantes yazidi.
Murad, hoje com 23 anos, foi mantida pelos militantes em Mosul, mas escapou de seus captores em novembro de 2014, chegou a um campo de refugiados e mais tarde foi para a Alemanha.
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