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Terremotos deixam feridos e provocam destruição e medo no centro da Itália

Igreja do século 14 desaba após terremoto

Reuters

Isla Binnie e Antonio Denti

Em Campi (Itália)

27/10/2016 08h06

A luz do dia revelou danos generalizados no centro da Itália nesta quinta-feira em decorrência de terremotos intensos ocorridos durante a madrugada, que causaram pânico e medo nos moradores apenas dois meses após um tremor nas proximidades ter matado centenas de pessoas.

Ninguém morreu desta vez, mas dezenas de pessoas ficaram levemente machucadas e ao menos quatro sofreram ferimentos sérios, informou a Agência de Proteção Civil da Itália.

Muitos moradores de Campi, localidade com cerca de 200 habitantes, dormiram em seus carros, já que tremores secundários sacudiram as regiões de Umbria, Marche e Lazio durante a noite. O terremoto de 24 de agosto na mesma área matou quase 300 pessoas e destruiu várias cidades.

"Não consigo parar de sentir medo", disse Mauro Viola, de 64 anos, que contou não ter dormido e passado a noite ao relento.

A polícia bloqueou a rua que leva à sua casa com um banco de parque, e Viola disse que uma capela próxima de sua residência desmoronou.

Os três terremotos, com cerca de duas horas de intervalo, danificaram vários edifícios, inclusive a igreja do final do século 14 de Campi, San Salvatore a Campi di Norcia, cuja fachada de vitrais rosa ficou reduzida a escombros.

Os terremotos provavelmente foram resultado da onda sísmica de agosto, disse Massimiliano Cocco, do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia da Itália, ao jornal "Corriere della Sera".

O primeiro tremor teve magnitude 5,4, levando muitas pessoas a fugirem de seus lares, e o segundo foi mais forte, de magnitude 6,1. Um tremor secundário de 4,9 aconteceu algumas horas mais tarde, e dezenas de outros mais fracos se seguiram.

Equipes de resgate instalaram cerca de 50 camas em um prédio à prova de terremoto para as pessoas que não podiam dormir em suas casas.

"O primeiro tremor danificou edifícios, e com o segundo tivemos desmoronamentos", disse uma autoridade do corpo de bombeiros, Rosario Meduri.

Ele havia chegado do sul italiano antes dos tremores de quarta-feira para ajudar a proteger as estruturas afetadas pelo terremoto de agosto, ocorrido cerca de 50 quilômetros ao sul.

Embora grandes pedras que rolaram pelo vale ainda tenham que ser retiradas das ruas, no geral a sensação era de alívio. O fato de o primeiro sismo ter sido mais fraco do que o segundo provavelmente ajudou a salvar vidas porque a maioria das pessoas já havia saído de casa, disse o ministro do Interior, Angelino Alfano, na rádio estatal.

Ele também disse que um decreto que está sendo votado atualmente pelo parlamento para custear os gastos imediatos do terremoto de agosto pode ser ampliado para cobrir a série mais recente de tremores.