Fibria deve reajustar preços de celulose nos EUA e Europa em 2017, diz executivo
NOVA YORK (Reuters) - A Fibria deve reajustar preços de celulose para clientes de Estados Unidos e Europa em 2017, após ter elevado seus preços em 20 dólares a tonelada na Ásia a partir de dezembro, afirmou nesta quarta-feira o diretor comercial da companhia, Henri Philippe Van Keer, em evento com analistas e investidores.
"Haverá aumento de preço no próximo ano com certeza. Espero que seja mais de um (reajuste). No próximo ano, na Europa e EUA, com certeza", disse o executivo. "O potencial aumento de preço será global ou nos EUA e Europa", acrescentou o executivo sem mencionar valores.
A companhia avalia que o mercado mundial de celulose estará mais balanceado em 2017 em termos de oferta e demanda e não acredita em mudanças significativas neste cenário em 2018 diante de receios sobre uma eventual pressão de excesso de capacidade.
Segundo dados citados pela Fibria, a demanda por celulose de eucalipto em 2016 cresceu 1,3 milhão de toneladas, enquanto a capacidade líquida avançou 870 mil toneladas.
Durante a apresentação, a empresa anunciou que pretende investir 2,06 bilhões de reais no próximo ano, valor praticamente estável ao previsto para desembolso neste ano, de 1,97 bilhão de reais, e que não inclui recursos previstos para a ampliação da fábrica da companhia em Três Lagoas (MS).
O valor do investimento previsto na ampliação de Três Lagoas segue o informado em outubro, de 7,49 bilhões de reais, disseram executivos da empresa. A obra já atingiu 71 por cento de conclusão e a expectativa é que a nova unidade comece a produzir no início do quarto trimestre de 2017.
O presidente da Fibria, Marcelo Castelli, disse que a companhia não vai buscar ativamente aquisições, apesar de acreditar que a indústria estaria melhor se embarcasse em um processo de consolidação.
"Acreditamos que não estamos fora do jogo (de fusões e aquisições). Enquanto isso, estamos focados na execução de nossos projetos. Se decidirmos começar a falar sobre consolidação, isso vai levar tempo", disse Castelli.
Às 16:48, as ações da Fibria exibiam queda de 5,6 por cento, destaque negativo do Ibovespa, que tinha alta de 1,7 por cento. Os papéis das rivais Suzano e Klabin também recuavam, 2,5 e 3 por cento, respectivamente.
(Por Dion Rabouin)
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