Ministra do Japão vai a santuário de guerra polêmico depois de visitar Pearl Harbor
Por Nobuhiro Kubo
TÓQUIO (Reuters) - A ministra da Defesa do Japão, Tomomi Inada, visitou nesta quinta-feira um santuário polêmico dedicado aos mortos de guerra do país, dias depois de acompanhar o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, em uma visita histórica a Pearl Harbor, onde um ataque do Japão levou os Estados Unidos a entrarem na Segunda Guerra Mundial.
Imagens de televisão mostraram a ministra sorridente ao chegar ao Santuário Yasukuni, em Tóquio, que homenageia os japoneses que perderam a vida nas guerras da nação, inclusive vários líderes executados por crimes de guerra.
Visitas de autoridades japonesas proeminentes ao local irritam os vizinhos China e Coreia do Sul, que consideram Yasukuni um símbolo do militarismo japonês e um lembrete de suas atrocidades nas batalhas.
Pequim e Seul voltaram a expressar sua desaprovação nesta quinta-feira, e a China disse ainda que irá fazer "representações solenes" ao Japão.
"Isso não somente reflete a visão obstinadamente equivocada que alguns japoneses têm da história, mas também compõe uma grande ironia com a viagem de reconciliação a Pearl Harbor", disse Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exterior chinês.
O Ministério da Defesa sul-coreano classificou a visita como "deplorável".
"Expressamos profunda preocupação e pesar por a ministra da Defesa do Japão ter visitado o Santuário Yasukuni no momento em que nosso governo vem enfatizando a necessidade de criar uma relação Coreia do Sul-Japão que seja nova e olhe para a frente", disse o ministério em comunicado.
Os laços chineses com o Japão estão tensionados há tempos devido ao que Pequim vê como uma relutância dos líderes japoneses para reconhecer erros do passado do país. China e Coreia do Sul sofreram com a ocupação às vezes brutal e o governo colonial do Japão antes da derrota de Tóquio em 1945.
Na terça-feira, Inada acompanhou Abe e o presidente norte-americano, Barack Obama, durante a primeira visita de um líder japonês e um presidente dos EUA a Pearl Harbor para lembrar as vítimas do ataque japonês de 75 anos atrás.
A visita se seguiu à que Obama fez em maio a Hiroshima, a primeira de um presidente no exercício do cargo ao local onde os EUA lançaram a primeira bomba atômica da história nos dias derradeiros da Segunda Guerra.
(Reportagem adicional de Ju-min Park, em Seul, e Jake Spring, em Pequim)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.