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Rússia anuncia cessar-fogo na Síria a partir de meia-noite

29/12/2016 11h38

Por Denis Pinchuk e Tulay Karadeniz

MOSCOU/ANCARA (Reuters) - O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a entrada em vigor de um cessar-fogo entre grupos de oposição e o governo da Síria a partir da meia-noite de sexta-feira (horário local). 

O comunicado do Kremlin acontece após Rússia, Irã e Turquia terem declarado estar prontos para patrocinar um acordo de paz para encerrar a guerra na Síria, que já dura quase seis anos. 

O Exército sírio anunciou uma paralisação nacional nos combates, mas disse que militantes do Estado Islâmico e do grupo conhecido anteriormente como Frente Nusra, assim como todos os movimentos ligados a eles, seriam excluídos do acordo. Não foram informados quais grupos seriam excluídos. [nL1N1EO0EL]

Diversos representantes rebeldes disseram à Reuters terem concordado com o plano de cessar-fogo, mas havia incertezas sobre quais grupos seriam incluídos na trégua, que deve ser implementada às 20h desta quinta-feira no horário de Brasília.

Conversas sobre uma trégua ganharam força após Moscou, Teerã e Ancara terem dito na semana passada estarem prontos para apoiar um acordo, e adotarem uma declaração estabelecendo princípios que qualquer acordo deveria aderir.

Putin disse que grupos de oposição e o governo sírio assinaram diversos documentos, incluindo um de cessar-fogo, que entraria em efeito a partir da meia-noite do dia 30 de dezembro.

“Os acordos alcançados são, claro, frágeis, precisam de atenção especial e envolvimento... mas, no fim das contas, este é um resultado notável de nosso trabalho conjunto, esforços dos ministérios de Defesa e Relações Exteriores, e de nossos parceiros na região”, disse Putin.

O presidente russo também disse que seu país havia concordado em reduzir a mobilização militar na Síria.

Os Estados Unidos foram deixados de lado nas recentes negociações e não devem participar da próxima rodada das conversas de paz em Astana, capital do Cazaquistão, um aliado russo. 

A exclusão dos EUA reflete uma crescente frustração tanto da Turquia quanto da Rússia sobre a política de Washington para a Síria, de acordo com diplomatas.

No entanto, o ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, disse que os EUA poderiam se unir ao processo de paz quando o presidente-eleito Donald Trump tomar posse em 20 de janeiro.

(Reportagem adicional de Suleiman Al-Khalidi, em Amã, e Humeyra Pamuk e Daren Butler, em Istambul)