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Disputa presidencial no Equador vai ao 2º turno

Membros do Conselho Eleitoral Nacional carregam caixas durante a contagem dos votos em Quito, no Equador - Rodrigo Buendía/AFP
Membros do Conselho Eleitoral Nacional carregam caixas durante a contagem dos votos em Quito, no Equador Imagem: Rodrigo Buendía/AFP

Em Quito

21/02/2017 17h17

O candidato governista à Presidência do Equador, Lenín Moreno, e o opositor Guillermo Lasso vão se enfrentar em um segundo turno no dia 2 de abril, afirmou o presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Juan Pablo Pozo, nesta terça-feira (21).

"Não é possível", disse Pozo, respondendo a pergunta de um jornalista sobre se matematicamente o resultado eleitoral poderia ser alterado.

Com 95,4% dos votos apurados, Moreno, um administrador de 63 anos que sofre de paraplegia, tinha 39,22% dos votos válidos contra 28,34% de Lasso, um ex-banqueiro que disputa a presidência do país pela segunda vez.

Moreno, ex-vice-presidente do governo de Rafael Correa entre 2007 e 2013, teria que obter 40% dos votos válidos mais uma diferença de 10 pontos percentuais sobre Lasso para conseguir uma vitória no primeiro turno.

O atraso na proclamação dos resultados oficiais finais da eleição gerou incertezas entre os equatorianos e alegações de fraude.

Na eleição de domingo, cerca de 9,8 milhões de equatorianos foram às urnas para decidir entre a continuidade do modelo socialista instaurado por Correa há uma década ou uma mudança de direção no sentido de uma economia de livre mercado.

Apesar da diferença de mais de 10 pontos percentuais que separa Moreno de Lasso, o resultado é um grande revés para o governo, que, liderado por Correa, alcançou vitórias retumbantes nas urnas desde que assumiu o poder em 2007.

Moreno, que tem procurado distanciar-se do estilo de confronto de Correa e das acusações de corrupção que envolvem seu governo, parecia resignado sobre a definição da Presidência em um segundo turno, depois de ter previamente celebrado sua "vitória" nos primeiros resultados de boca de urna.

Lasso, acionista do Banco Guayaquil, do qual foi presidente durante quase duas décadas, pediu aos outros seis candidatos de oposição que se unam para enfrentar Moreno.

No entanto, o banqueiro ainda desperta desconfiança em parte da população, que o associa com a crise financeira de 1999, que obrigou milhares de equatorianos a deixar para trás um país atolado em desemprego e inflação.