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Escape com "La La Land" ou hora de premiar a realidade? A escolha do Oscar

26/02/2017 12h42

Por Jill Serjeant

LOS ANGELES (Reuters) - O tapete vermelho foi desenrolado e a champanhe está no gelo para a grande noite de Hollywood neste domingo, mas a maior dúvida não é quem ganhará os prêmios do Oscar, mas quando e como a política ofuscará "La La Land – Cantando Estações" na noite da premiação.

    A maior celebração da indústria cinematográfica será realizada entre o escapismo e a realidade. O conflito fica claro na enorme lista de indicados ao Oscar e que na temporada de premiações exibiram diversos níveis de críticas às posturas do presidente norte-americano, Donald Trump, devido aos temas da imigração, dos direitos civis e contra a sua própria retórica.

    Liderando as indicações, com 14 indicações de estatuetas, o musical romantico "La La Land" deve sair da noite muito premiado, inclusive com o Oscar de melhor filme.

    "É um filme que tem um forte componente emocional, e os filmes mais emocionais tendem a ir bem no Oscar. Este, em particular, possui um entusiasmo contagioso e um ânimo irresistível", afirmou Tom O'Neil, fundador do site Goldderby.com.

    Se essa percepção prevalecer, "La La Land", com Ryan Gosling e Emma Stone, que estrelam um pianista de jazz e uma atriz em dificuldades, será o primeiro musical a vencer a premiação principal desde "Chicago", em 2003.

    "Moonlight – Sob a Luz do Luar" também deve ter uma boa noite, em um ano que produziu sete indicações para atores negros ou pardos ou histórias que mostraram, entre outras coisas, uma genial matemática afro-americana ("Estrelas Além do Tempo"), um casamento inter-racial ("Loving"), crianças de rua indianas ("Lion – Uma Jornada Para Casa") e as taxas de encarceramento de negros na moderna sociedade norte-americana ("A 13ª Emenda").

    "Se algum azarão vencer neste domingo, será ‘Estrelas Além do Tempo’", afirmou o escritor Tim Gray, da Variety. "É bom que a diversidade esteja indo bem nas bilheterias, e isso é muito importante."