Topo

Turquia reage a disparos de milícia curda no norte da Síria

28/06/2017 09h08

ISTAMBUL (Reuters) - Forças da Turquia retaliaram com tiros de artilharia na madrugada desta quarta-feira e destruíram alvos das Unidades de Proteção Popular (YPG, na sigla em curdo) depois que combatentes da milícia curda abriram fogo contra forças apoiadas por Ancara no norte da Síria, informaram os militares turcos.

Os Estados Unidos apoiam as YPG na luta contra o Estado Islâmico na Síria, apesar dos protestos reiterados da Turquia, aliada dos EUA na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que vê os combatentes sírio-curdos como terroristas e teme que seu avanço estimule uma insurgência curda em seu solo.

O Exército turco disse que na noite de terça-feira as YPG metralharam elementos do Exército Livre da Síria apoiados pela Turquia na área de Maranaz, ao sul da cidade de Azaz, no norte sírio.

"Veículos de apoio de fogo na região foram usados para retaliar à altura contra o fogo insistente e os alvos identificados foram destruídos/neutralizados", disse um comunicado dos militares.

O barulho dos disparos de artilharia foram ouvidos em Kilis, cidade fronteiriça turca nas proximidades, segundo a emissora Haberturk.

Mais cedo a agência de notícias turca Ihlas havia relatado que combatentes das YPG fizeram disparos com metralhadoras pesadas na região de Afrin, no nordeste da Síria. Não ficou claro se houve baixas durante a troca de tiros.

A Turquia expressou revolta com a decisão tomada pelos EUA no mês passado de armar as YPG como parte da batalha para tomar o bastião sírio do Estado Islâmico em Raqqa. Ancara considera as YPG uma extensão do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que foi proibido de atuar na Turquia e que EUA e União Europeia também consideram um grupo terrorista.

O PKK vem sustentando uma insurgência armada contra o Estado turco desde 1984, e mais de 40 mil pessoas, a maioria curdas, já morreram nos combates.

Diante do tumulto em sua fronteira sul, a Turquia enviou tropas à Síria no ano passado para auxiliarem os rebeldes do Exército Livre da Síria a enfrentarem tanto o Estado Islâmico quanto forças curdas que controlam uma grande parte da região da divisa norte da Síria.

(Por Orhan Coskun e Omer Berberoglu)