Topo

Estado Islâmico faz tentativa desesperada para se manter em Mosul, dizem comandantes

06/07/2017 16h20

MOSUL, Iraque (Reuters) - Combatentes do Estado Islâmico que ainda se mantêm em Mosul em uma faixa de terra ao longo do rio Tigre estão recorrendo cada vez mais a homens-bomba na tentativa de conter o avanço constante das forças do Iraque, disseram comandantes militares nesta quinta-feira.

As forças iraquianas que abrem caminho para os bairros de Al-Maydan e Al-Shareen na cidade do norte do país romperam as defesas dos militantes e chegaram a 200 metros da margem do rio.

    Mas eles se depararam com uma grande resistência de algumas centenas de militantes entrincheirados entre milhares de civis no labirinto de vielas da Cidade Velha, particularmente de homens-bomba estrangeiros, segundo os comandantes iraquianos.

    Os militares haviam previsto uma vitória definitiva nesta semana, depois de uma ofensiva exaustiva de oito meses para expulsar o Estado Islâmico da cidade, que já teve dois milhões de habitantes.

    Mosul é de longe a maior cidade já controlada pelo Estado Islâmico. Foi ali que, três anos atrás, o grupo declarou a fundação de seu "califado" em partes do Iraque e da vizinha Síria.

    O tenente-general Sami Aridhi, do serviço de elite de contraterrorismo, disse que os combatentes do Estado Islâmico estão detonando explosivos cada vez mais entre civis que fogem na direção das forças de segurança e que recorreram até a mulheres-bomba.

    "Eles começaram a esperar as tropas os alcançarem e depois se explodir. Não conseguem fazer mais do que isso", disse ele à televisão estatal.

    "Eles se lançam adiante só para obstruir as tropas, não para manter terras ou reter quaisquer outras posições porque, se Deus quiser, seu fim está claro para todos e eles estão convencidos de que este é seu fim", disse.

    Assim que Mosul cair, o território do Estado Islâmico no Iraque estará limitado a áreas a oeste e ao sul da cidade hoje só habitada por algumas dezenas de milhares, e os radicais devem manter ataques assimétricos em todo o país.

    (Por Stephen Kalin)

(Edição de Alexandre Caverni)