Moscou intensifica guerra de palavras em crise diplomática com os EUA
Por Dmitry Solovyov e Maria Kiselyova
MOSCOU (Reuters) - Moscou endureceu a retórica em sua desavença com Washington nesta terça-feira, dizendo que estuda maneiras de retaliar a tomada de algumas de suas instalações diplomáticas nos Estados Unidos e a expulsão de diplomatas.
"A situação é ultrajante", disse o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, à mídia russa durante uma visita à Áustria nesta terça-feira.
"Acredito que, para um grande país como os Estados Unidos da América, este patrono da lei internacional, é vergonhoso deixar a situação em pleno ar", disse ele em comentários publicados no site do ministério.
"Não estamos pensando em passos específicos". Ele não quis detalhar o que as medidas retaliatórias poderiam incluir.
Citando uma fonte diplomática russa, o jornal Izvestia disse que a Rússia cogita expulsar cerca de 30 diplomatas norte-americanos e assumir dois complexos diplomáticos dos EUA em Moscou e São Petersburgo.
Em dezembro, os EUA tomaram posse de dois complexos diplomáticos russos e o então presidente Barack Obama ordenou a expulsão de 35 russos devido ao que afirmou ter sido seu envolvimento em invasões cibernéticas para interferir na eleição presidencial dos EUA.
Moscou negou as acusações, e na época disse que esperaria para ver se as relações iriam melhorar com o novo presidente, Donald Trump.
Ainda nesta terça-feira, o Izvestia relatou que o governo russo ficou frustrado porque o primeiro encontro do presidente Vladimir Putin com Trump em Hamburgo, na semana passada, não resultou em uma solução para a crise diplomática.
Uma autoridade de alto escalão do governo dos EUA disse à Reuters nesta terça-feira que a questão dos complexos não veio à tona durante a reunião entre os dois líderes.
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