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Rei saudita decreta que mulheres terão permissão para dirigir

26/09/2017 19h20

Por Stephen Kalin e Yara Bayoumy

RIAD/WASHINGTON (Reuters) - O rei Salman, da Arábia Saudita, determinou nesta terça-feira que mulheres terão permissão para dirigir carros, acabando com uma tradição conservadora vista por ativistas como um símbolo da repressão sobre mulheres.

O reino tem sido amplamente criticado por ser o único país do mundo que proíbe mulheres de dirigir, apesar de melhorias graduais em questões femininas nos anos recentes e metas ambiciosas do governo de aumentar funções públicas das mulheres, especialmente na força de trabalho.

O decreto real ordenou a formação de um órgão ministerial para dar conselhos dentro de 30 dias e então implementar a decisão até 24 de junho de 2018, de acordo com a agência de notícias estatal SPA.

A decisão estipulou que a ação deve “aplicar e aderir aos padrões necessários da sharia”, referindo-se à lei islâmica. Não foram dados mais detalhes, mas a decisão informou que o Conselho de Eruditos Religiosos, mais alto órgão clérigo da Arábia Saudita, havia aprovado sua permissibilidade.

O embaixador saudita em Washington, príncipe Khaled bin Salman, disse ser “um histórico e grande dia" no reino.

“Nossa liderança pensa que este é o momento certo para fazer esta mudança porque atualmente na Arábia Saudita nós temos uma sociedade jovem, dinâmica e aberta”, disse a repórteres. “Não há momento errado para se fazer a coisa certa.”

Reações positivas rapidamente foram emitidas de dentro do reino e ao redor do mundo. O Departamento de Estado norte-americano elogiou a ação como “um grande passo na direção certa”.

Por mais de 25 anos, ativistas dos direitos das mulheres têm realizado campanhas para que seja permitido dirigir, desafiadoramente assumindo as estradas, pedindo ao rei e publicando vídeos de si mesmas atrás dos volantes nas redes sociais. Os protestos resultaram em prisões e perseguições.