PSDB só deve definir posição sobre Previdência na próxima quarta-feira, diz presidente do partido
Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente em exercício do PSDB, Alberto Goldman, afirmou nesta quinta-feira que o partido só deve definir seu posicionamento sobre a reforma da Previdência na próxima quarta-feira, em uma reunião da executiva nacional com as bancadas da Câmara e do Senado.
Segundo Goldman, um eventual fechamento de questão será decidido caso seja essa a vontade da “maioria absoluta” dos presentes na reunião da próxima semana.
“As bancadas da Câmara e do Senado e a Executiva é que vão decidir a posição definitiva do partido a respeito da reforma da Previdência”, disse a jornalistas após reunião da executiva nesta quinta-feira, ocasião em que foram discutidas mudanças no estatuto do partido.
“Fechar questão tem que ser por maioria absoluta das três entidades.”
O presidente do partido acrescentou que por princípio o PSDB defende a necessidade de uma reforma no sistema previdenciário, mas afirmou que o posicionamento sobre a reforma em si só poderá ser tomado quando o texto a ser votado for conhecido.
O governo apresentou a aliados uma versão mais enxuta da reforma, que mantém as idades mínimas para aposentadoria (62 anos para mulheres e 65 para homens), e reduz o tempo mínimo de contribuição de 25 para 15 anos.
Também na intenção de tornar a proposta mais palatável, a nova reforma não traz mais mudanças relacionadas ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e às aposentadorias de pequenos produtores rurais.
As linhas gerais da nova reforma já foram apresentadas, mas ainda não foi divulgado o texto em si que irá a votação. Segundo Goldman, não há apoio “incondicional” do partido a qualquer tema.
A expectativa, já minimizada por alguns integrantes da base, é que a votação do primeiro turno da reforma possa ocorrer na próxima quarta-feira.
“Tem que analisar, porque a proposta pode ser colocada em termos absolutamente insustentáveis”, disse.
“Somos a favor da reforma da Previdência porque ela é fundamental para o país... agora, como é que o texto vai ser posto? Vai realmente diminuir desigualdade, vai realmente acabar com privilégios? Se for nessa direção, estaremos de acordo.”
Segundo uma fonte do partido, a permanência da sigla no governo não foi discutida na reunião desta quarta-feira. O PSDB ensaiou um movimento de desembarque em meados de novembro, quando o então ministro das Cidades Bruno Araújo deixou a pasta por entender que sua permanência já não contava com o apoio da bancada de deputados.
A situação ganhou ares mais pesados quando o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que o PSDB está fora da base de apoio do presidente Michel Temer. Disse acreditar, no entanto, que o partido apoiará a proposta de reforma da Previdência por causa do compromisso que já manifestou com essas mudanças.
Mais cedo, enquanto a reunião da executiva do PSDB ainda estava em curso, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, afirmou que a legenda mantém seu apoio ao programa do governo.
“O PSDB não rompeu com o governo. Participação no governo ou não é uma questão do presidente”, disse.
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