Direita da Itália vence eleição local, mas impasse para formar governo nacional persiste
Por Gavin Jones
ROMA (Reuters) - Dados preliminares mostraram que uma coalizão de centro-direita venceu a eleição de domingo em Molise, pequena região do sul da Itália, enquanto continuam ocorrendo negociações nacionais para tentar formar um governo na esteira das eleições inconclusivas do mês passado.
Molise só tem cerca de 300 mil habitantes, mas sua votação regional foi observada atentamente como sinal de um possível ímpeto para os partidos que se esforçam para compor uma coalizão na sequência da eleição de 4 de março, que resultou em um Parlamento sem maioria.
O candidato de centro-direita apoiado por uma coalizão de nove partidos estava a caminho de vencer com 44 por cento dos votos em Molise, portanto à frente do postulante do anti-establishment Movimento 5 Estrelas, que somava 38 por cento das urnas.
A votação foi um revés para o 5 Estrelas, que esperava obter o controle de seu primeiro governo regional depois de emergir do pleito nacional como o maior partido do país ao ficar com 32 por cento dos votos e se sair particularmente bem no sul.
O 5 Estrelas foi de longe a sigla mais votada em Molise, já que nenhum outro grupo amealhou mais que 10 por cento dos votos, mas não conseguiu superar as forças combinadas da centro-direita.
A centro-esquerda, que ocupava o governo da região, teve um desempenho ruim, assim como na eleição nacional – mesmo apoiado por cinco partidos, seu candidato estava a caminho de ficar com cerca de 17 por cento das urnas. O governista Partido Democrático (PD) só conquistou 9 por cento do eleitorado.
O chefe de Estado italiano, Sergio Mattarella, decidirá ainda nesta segunda-feira qual será seu próximo passo para tentar resolver o impasse nacional.
Ele deve pedir ao presidente da Câmara dos Deputados, Roberto Fico, que é membro do 5 Estrelas, que atue como mediador para ver se existe espaço para uma coalizão entre o 5 Estrelas e o PD ou a Liga de extrema-direita.
Na votação de sete semanas atrás, um bloco de centro-direita liderado pela Liga obteve a maior parte das cadeiras do Parlamento, mas ficou mais de 50 assentos distante de uma maioria absoluta na Câmara.
Na condição de maior partido, o 5 Estrelas diz estar disposto a governar com a Liga ou o PD, mas até agora nenhum destes aceitou a oferta.
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