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Separatistas catalães se reúnem em Barcelona para pedir independência da Espanha

11.set.2018 - Milhares de pessoas pró-independência da Catalunha protestam em Barcelona - Pau Barrena/AFP
11.set.2018 - Milhares de pessoas pró-independência da Catalunha protestam em Barcelona Imagem: Pau Barrena/AFP

Sam Edwards

Da Reuters, em Barcelona

11/09/2018 13h38

Separatistas catalães se reuniam em Barcelona nesta terça-feira (11) para lembrar uma data histórica da região e intensificar seu clamor pela independência, um evento cuja expectativa era de atrair centenas de milhares de pessoas às ruas da cidade.

O líder catalão Quim Torra e seu antecessor Carles Puigdemont, que fugiu para Bruxelas em outubro depois que Madri o afastou de seu cargo devido às suas ambições secessionistas, pediram um grande comparecimento para mostrar o apoio persistente a uma separação da Espanha.

"Nosso governo se comprometeu a tornar a República uma realidade", disse Torra em um discurso televisionado na segunda-feira. "Longa vida à Catalunha livre".

Nos últimos anos aqueles que defendem a independência da região rica e politicamente dividida do noroeste espanhol do restante do país aproveitaram a comemoração da "Diada", o aniversário da queda de Barcelona diante da Espanha no dia 11 de setembro de 1714, para divulgar sua causa com manifestações em massa.

Pouco menos de um ano atrás, o governo regional pró-independência de Puigdemont realizou um referendo sobre a separação, que Madri declarou inconstitucional, seguido por uma declaração de independência unilateral.

Um item central do evento deste ano são as faixas amarelas que representam nove políticos e ativistas aguardando julgamento na prisão por seu papel na iniciativa independentista.

Os julgamentos devem começar no final deste ano, mais uma fonte de tensão em potencial para o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que tenta apaziguar as relações com os atuais líderes da região.

O socialista Sánchez, que tomou posse em junho, adotou uma abordagem mais conciliadora para a questão do que seu antecessor conservador, Mariano Rajoy, que demitiu Puigdemont e seu governo e impôs o controle direto de Madri.

Mas Sánchez, como Rajoy, rejeitou com firmeza uma votação sobre a secessão ou qualquer tentativa catalã unilateral para se separar.

"É muito duro agora, porque o governo espanhol não cede... eles não estão oferecendo nada", disse David Castiella, vendedor de 52 anos que esperava em uma fila para visitar o palácio medieval de Barcelona, que sedia o governo regional e recebe visitantes gratuitamente todo dia 11 de setembro.