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Haddad não descarta conflito armado entre Brasil e Venezuela caso Bolsonaro seja eleito

23/10/2018 15h03

Por Maria Clara Pestre

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira acreditar que "possa ter algum fundamento" a possibilidade de um conflito armado entre Brasil e Venezuela, caso seu adversário no segundo turno, Jair Bolsonaro (PSL), seja eleito presidente no próximo domingo.

"Eu recebi um vídeo de um discurso, que precisa ser checado, mas supostamente do filho do Bolsonaro... dizendo que uma das primeiras providências seria derrubar o governo Maduro", disse Haddad em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, ao ser questionado sobre a possibilidade de um conflito armado entre os dois países.

Haddad não mencionou qual filho do presidenciável do PSL estaria no vídeo citado.

"Eu não sei se esse vídeo, ele teria sido em um discurso na avenida Paulista em que ele teria dito isso. Pela hostilidade que ele manifesta, com relação a esse vizinho em particular, quero crer que possa ter algum fundamento, lembrando que o Brasil está há 140 anos sem conflito com seus vizinhos", acrescentou o petista.

"Agora, a ideia também de colocar uma base militar americana no Brasil também é fonte de preocupação porque nós não temos essa tradição, montar uma base militar no território brasileiro. O Bolsonaro, e isso eu ouvi, declarou que a Base de Alcântara seria cedida para os americanos. Então há preocupações, pode haver uma escalada armamentista na região."

Bolsonaro tem repetido na campanha eleitoral que o Brasil pode se transformar em uma Venezuela --que vive uma grave crise político-econômica e humanitária-- se o petista ganhar a eleição.

Na entrevista, Haddad disse que o Brasil está fazendo de conta que não sabe quem é Bolsonaro, mas que todos sabem.

O petista avaliou que o volume de notícias falsas diminuiu após reportagem do jornal Folha de S.Paulo sobre suposto pagamento por empresários para envio em massa de mensagens no WhatsApp contra sua candidatura.

Haddad acusou o adversário, no entanto, de agora usar o horário eleitoral gratuito para propagar mentiras.

(Reportagem de Maria Clara Pestre)