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Irã diz que retaliará se tiver "problema" norte-americano sobre petroleiros destinados à Venezuela

Presidente do Irã, Hassan Rouhani - Brendan McDermid
Presidente do Irã, Hassan Rouhani Imagem: Brendan McDermid

23/05/2020 14h01

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, alertou neste sábado (23) sobre medidas retaliatórias a serem tomadas contra os Estados Unidos caso Washington cause problemas com petroleiros iranianos que levam combustível à Venezuela, informou a agência de notícias semioficial Mehr.

"Se nossos navios petroleiros no Caribe ou em qualquer lugar do mundo tiverem problemas causados por americanos, eles estarão encrencados", disse Rouhani em uma conversa telefônica com o emir do Catar, informou a Mehr.

A flotilha de cinco petroleiros que levam combustível para a Venezuela está se aproximando do Caribe. A televisão estatal venezuelana informou neste sábado que o primeiro deles deve chegar às águas do país às 19 horas no horário local (20 horas no horário de Brasília).

O TankerTrackers.com, um serviço que rastreia os fretes e armazenamentos de petróleo, calculou que a primeira embarcação da flotilha, o Fortune, chegará à zona econômica venezuelana exclusiva entre 22 horas e meia-noite, no horário de Brasília.

"O Irã nunca iniciará um conflito", disse Rouhani. "Esperamos que os americanos não cometam um erro."

Os cargueiros estão transportando 1,53 milhão de barris de gasolina e alquilação para a Venezuela, de acordo com ambos os governos, fontes e cálculos feitos pelo TankerTrackers.com, com base nos níveis de carga das embarcações.

Os carregamentos causaram um impasse diplomático entre Irã, Venezuela e os EUA, que têm sanções econômicas impostas a ambos. Washington está considerando medidas de resposta, de acordo com uma autoridade norte-americana.

Os EUA recentemente aumentaram sua presença naval no Caribe devido a uma suposta operação antidrogas. Um porta-voz do Pentágono, Jonathan Hoffman, afirmou na quinta-feira que não estava ciente de qualquer ação relacionada aos petroleiros iranianos.

O ministro da Defesa da Venezuela afirmou que a marinha nacional escoltará os navios assim que eles chegarem à zona econômica venezuelana.