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Negros e asiáticos têm maior risco de morte por covid-19 do que brancos na Inglaterra, aponta estudo

Na Inglaterra, estátua da rainha Victoria é fotografada com máscara durante pandemia do coronavírus - Anthony Devlin/Getty Images
Na Inglaterra, estátua da rainha Victoria é fotografada com máscara durante pandemia do coronavírus Imagem: Anthony Devlin/Getty Images

Alistair Smout

Da Reuters, em Londres

02/06/2020 13h35

Pessoas negras e asiáticas na Inglaterra têm até 50% mais chances de morrer após serem infectadas com o novo coronavírus, apontou um estudo oficial divulgado nesta terça-feira, reforçando pesquisas anteriores que indicam que minorias étnicas estão mais expostas ao vírus.

O relatório da agência de saúde do governo britânico Public Health England (PHE), que examinou as disparidades na forma como a covid-19 afeta as pessoas no país, mostrou que havia um efeito desproporcional significativo nas minorias étnicas e confirmou que o número de mortos entre idosos é mais elevado.

O relatório foi divulgado após um funcionário de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) destacar o "impacto devastador" da infecção respiratória nessas comunidades no Reino Unido e em outros países.

"As taxas de mortalidade por covid-19 foram maiores para os grupos étnicos negros e asiáticos quando comparadas às de grupos étnicos brancos", afirmou o relatório da PHE.

O estudo apontou que as pessoas de etnia bengali têm aproximadamente o dobro do risco de morte em relação aos britânicos brancos.

Aqueles que são de etnias chinesa, indiana, paquistanesa ou outra asiática, bem como cidadãos do Caribe ou de outra etnia negra, apresentaram um risco de morte entre 10% e 50% maior do que os do grupo britânico branco, informou a PHE.

As conclusões ecoam um estudo anterior do Gabinete Nacional de Estatística do Reino Unido (ONS) divulgado no mês passado, bem como outras pesquisas em países como Estados Unidos e Brasil.

Enquanto as disparidades na forma como a covid-19 afeta as pessoas por idade, gênero e riqueza refletem tendências anteriores, a PHE afirmou que a mortalidade desproporcional entre os grupos de negros, asiáticos e étnicos minoritários é oposta ao que foi visto nos últimos anos.

Segundo a PHE, a maior disparidade nas taxas de mortalidade estava na idade: pessoas com mais de 80 anos têm setenta vezes mais chances de morrer do que aquelas menos de 40 anos. Homens também são mais propensos a morrer, e as taxas de mortalidade também se mostraram mais altas em áreas carentes.