Manifestantes dos EUA revoltados com morte de Floyd desafiam toque de recolher, mas violência diminui
Por Jonathan Ernst e Brendan O'Brien
WASHINGTON/MINEÁPOLIS (Reuters) - Manifestantes norte-americanos ignoraram toques de recolher de terça para quarta-feira para dar vazão à sua revolta com a morte de um homem negro desarmado sob custódia da polícia em Mineápolis, mas houve uma diminuição considerável da violência que levou o presidente Donald Trump a ameaçar mobilizar os militares.
George Floyd morreu depois que um policial branco ajoelhou sobre seu pescoço durante quase nove minutos em Mineápolis no dia 25 de maio, ressuscitando a questão explosiva da brutalidade policial contra afro-norte-americanos cinco meses antes da eleição presidencial de novembro.
Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas de cidades de costa a costa pela oitava noite, e tropas da Guarda Nacional ladearam os degraus do Memorial de Lincoln em Washington.
Houve episódios esporádicos de violência em Washington e Portland, no Oregon – manifestantes lançaram fogos de artifício e garrafas em policiais que reagiram com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.
Confrontos entre manifestantes e policiais e saques em alguns lojas de Nova York deram lugar a uma calma relativa nas primeiras horas desta quarta-feira. A polícia disse à mídia que fez 200 prisões, a maioria por violações do toque de recolher.
Em Los Angeles, muitos manifestantes que desafiaram o toque de recolher foram presos, mas no meio da tarde a calma havia sido restaurada a ponto de redes de televisão substituírem a cobertura ininterrupta por uma programação normal.
Grandes marchas e manifestações também aconteceram em Filadélfia, Atlanta, Denver e Seattle.
Derek Chauvin, o policial de 44 anos que se ajoelhou sobre Floyd, foi acusado de delito preterdoloso (quando a intenção é cometer outro crime, mas acaba-se matando a vítima) e de homicídio culposo. Três outros policiais envolvidos foram demitidos, mas não acusados.
Embora as manifestações dos últimos dias em nome de Floyd e outras vítimas da brutalidade policial tenham sido majoritariamente pacíficas, ao anoitecer muitas degeneraram em vandalismo, incêndios criminosos e saques. Na noite de segunda-feira, cinco policiais foram baleados em duas cidades.
Na tarde de terça-feira, uma multidão se ajoelhou diante do edifício do Capitólio e gritou "silêncio é violência" e "sem justiça não há paz" enquanto policiais os encaravam pouco antes do toque de recolher imposto pelo governo.
Uma pesquisa Reuters/Ipsos divulgada na terça-feira mostrou que a maioria dos norte-americanos simpatiza com os manifestantes. A sondagem realizada na segunda e terça-feiras apontou que 64% dos adultos consultados "se solidarizam com as pessoas que estão protestando neste momento", 27% disseram que não e 9% não tinham certeza.
(Por Daphne Psaledakis, Anne Saphir, Brendan O'Brien, Nathan Layne, Brad Brooks, Diane Craft, Jonathan Allen, Sharon Bernstein, Dan Whitcomb, Aakriti Bhalla, Rich McKay e Philip Pullella)
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES
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