Topo

Secretário-geral da ONU alerta que mundo encara "catástrofe geracional" na educação

04/08/2020 11h06

Por Michelle Nichols

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, alertou, nesta terça-feira, que o mundo encara uma “catástrofe geracional” devido ao fechamento das escolas em meio à pandemia de coronavírus e disse que colocar os alunos de volta às salas de aula precisa ser “prioridade”.

Guterres disse que até meados de julho as escolas estavam fechadas em por volta de 160 países, afetando mais de 1 bilhão de estudantes. Pelo menos 40 milhões de crianças perderam a pré-escola.

Mais de 250 milhões de crianças já estavam fora da escola antes da pandemia e apenas um quarto de estudantes de ensino médio em países em desenvolvimento saem com habilidades básicas, disse, em um comunicado por vídeo.

“Agora, encaramos uma catástrofe geracional que pode desperdiçar incontável potencial humano, prejudicar décadas de progresso e exacerbar desigualdades entrincheiradas”, disse Guterres, ao lançar a campanha “Salve nosso Futuro”, da ONU.

“Assim que a transmissão local de Covid-19 estiver sob controle, colocar os alunos de volta às escolas e instituições de ensino, com o máximo de segurança possível, precisa ser uma prioridade”. disse. “Consulta com pais, cuidadores, professores e jovens é fundamental.”

As recomendações da ONU para a retomada da educação global foram feitas depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressionar pela reabertura das escolas, diante da oposição de alguns professores e pais, enquanto a Covid-19 ainda ganha velocidade em muitas partes do país.

O coronavírus, que apareceu inicialmente na China no final do ano passado, contagiou 4,6 milhões de pessoas nos Estados Unidos e matou mais de 155 mil desde fevereiro, segundo a contagem da Reuters. As mortes cresceram em mais de 25 mil em julho e os casos dobraram em 19 Estados durante o mês.

Globalmente, o coronavírus contaminou pelo menos 18,1 milhões de pessoas e houve mais de 689 mil mortes registradas, segundo a contagem da Reuters.