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PE: Técnico da Neoenergia é assassinado após cortar luz de inadimplente

A Celpe disse que "lamenta o ato brutal praticado contra o eletricista" - Shutterstock
A Celpe disse que "lamenta o ato brutal praticado contra o eletricista" Imagem: Shutterstock

30/09/2020 13h34

Um técnico da distribuidora de energia Celpe, de Pernambuco, controlada pela Neoenergia, foi assassinado depois de ter realizado o corte do fornecimento por inadimplência em uma propriedade rural no município de Limoeiro, disseram à Reuters a empresa e a Polícia Civil nesta quarta-feira.

O crime, praticado com uma arma de fogo, aconteceu na tarde de terça-feira e envolveu ainda ameaças armadas a um segundo funcionário da elétrica para que a luz fosse ligada novamente, segundo relatos feitos aos policiais.

Os acontecimentos geraram revolta entre funcionários da Celpe e de outras empresas do grupo Neoenergia, que disse à Reuters que seu departamento jurídico acompanha a instauração de investigações pela polícia "e demanda das autoridades o pleno cumprimento da lei".

O suspeito do crime está foragido no momento, afirmou a Polícia Civil na manhã desta quarta-feira, por meio da assessoria de imprensa.

Segundo as autoridades, a vítima do homicídio tinha 31 anos, e o caso foi registrado na delegacia de Limoeiro, que disse estar "tomando todas providências" em relação à ocorrência.

"De acordo com informações, a vítima era funcionário da Celpe e estava no local com um colega de trabalho, de 39 anos, para cortar a energia. O proprietário do local teria solicitado que a energia fosse religada. Diante da negativa do funcionário, teria disparado fatalmente contra o mesmo", descrevem as autoridades policiais.

"Em seguida, (o criminoso) teria obrigado o outro funcionário a religar a luz e o teria feito entrar na mala do carro da Celpe", acrescenta a polícia, ao explicar a ocorrência registrada.

A Celpe disse em nota que "recebeu com consternação a notícia do assassinato do colaborador..." e que "lamenta o ato brutal praticado contra o eletricista".

A elétrica disse ainda que "está prestando o apoio necessário à família da vítima" e defendeu que o funcionário apenas realizava um "procedimento legal de suspensão do fornecimento de energia por inadimplência" em Limoeiro, no agreste pernambucano.

"A empresa condena, veementemente, qualquer conduta violenta, sobretudo que atente contra a vida", acrescentou a companhia.

A Celpe atende mais de 3,6 milhões de clientes em 184 municípios, incluindo o distrito de Fernando de Noronha. A empresa pertence ao grupo Neoenergia, controlado pela espanhola Iberdrola.

Um funcionário da Coelba, distribuidora da Neoenergia na Bahia, disse à Reuters que ele e outros técnicos ficaram muito impactados ao ter conhecimento do assassinato do colega de empresa em Limoeiro.

"Muito revoltante e lamentável...no passado, muito por cima, ouvia sobre ameaças no momento do corte, principalmente. Tenho 21 anos de grupo e não me recordo de uma situação dessa", afirmou o técnico, que falou sob anonimato.

Mas situações de ameaças e risco nas leituras e cobranças de energia, como as descritas por ele, não chegam a ser inéditas no setor de distribuição no Brasil.

A Light, que fornece energia na região metropolitana do Rio de Janeiro, já relatou ameaças de traficantes a seus técnicos e ocasiões em que os funcionários precisam se esconder ou fugir para evitar tiroteios entre policiais e criminosos em comunidades.