Butantan estudará efeito da CoronaVac em pessoas com comorbidades em Manaus
SÃO PAULO (Reuters) - O Instituto Butantan aplicará a CoronaVac em pessoas com comorbidades em Manaus em um estudo clínico para medir os efeitos da vacina contra Covid-19 na população com problemas de saúde pré-existentes, informou o instituto paulista nesta quarta-feira.
Para o estudo com pessoas do chamado grupo de risco para o coronavírus serão enviadas a partir de quinta-feira 10.156 doses da CoronaVac à capital do Amazonas para serem aplicadas em profissionais de educação e da segurança pública da rede estadual, com idade entre 18 e 49 anos. Este grupo, que terá a vacinação antecipada, será acompanhado pela equipe de pesquisadores que participa do estudo.
"O estudo clínico será importantíssimo para responder perguntas científicas que serão válidas para o mundo inteiro sobre o efeito da vacina em pessoas que têm comorbidade", disse o presidente do Butantan, Dimas Covas, segundo comunicado do instituto.
Dez mil pessoas participarão do estudo, sendo que 5 mil receberão a vacina do laboratório chinês Sinovac e 5 mil farão parte do grupo controle. A capital do Amazonas foi escolhido pois lá predomina a variante P1 do coronavírus, originada na cidade e que é mais transmissível.
"As doses da vacina do Butantan a serem utilizadas no estudo foram doadas pelo Instituto e são exclusivas para pesquisa clínica — ou seja, não fazem parte do total de vacinas a serem fornecidas ao Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde", disse o Butantan, que é responsável pela produção do imunizante no Brasil.
Também nesta quarta o Butantan iniciou a segunda fase do estudo clínico com a CoronaVac na cidade de Serrana, no interior de São Paulo. A ideia é vacinar toda a população adulta da cidade com a vacina para medir os efeitos do imunizante na pandemia na cidade.
Na primeira etapa, a primeira dose da vacina foi dada a 27.621 voluntários, o que representa cobertura de 97,3% do total do público-alvo do estudo. As doses usadas no estudo em Serrana também não estão incluídas nas 22,6 milhões que o Butantan entregou até o momento ao Programa Nacional de Imunização (PNI).
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